É a partir do próximo dia 24 de fevereiro que arrancam os Caminhos do Contrabando, uma nova proposta turística que permite que o turista possa experimentar ser contrabandista e percorra a passagem para o outro lado da raia, com direito a fugas à guarda civil espanhola e à guarda-fiscal portuguesa e vivenciando as dificuldades de carregar café, tabaco ou azeite.
A Douro-Wellcome, empresa criada em Vila Real, em junho de 2017, foi distinguida recentemente pela Creative Tourism Network, uma entidade internacional que valoriza o turismo criativo e original, conta à Lusa Mário Mesquita Carvalho, mentor do projeto, explicando que as propostas turísticas chegam principalmente pelos próprios clientes.
“Existe uma equipa de três pessoas em permanência, mas são os clientes que trabalham mais para nós. Quando nos pedem ou sugerem alguma ideia, tentamos dar resposta. Aconteceu isso, por exemplo, com o Fim-de-Semana à Lareira”, conta Mário Mesquita Carvalho, explicando que naquela iniciativa se tenta recriar um serão na aldeia, com direito a confecionar compota e bolos, ouvir histórias e aprender a fazer pão caseiro.
Ganhar a distinção da Creative Tourism Network, na opinião de Mário Mesquita Carvalho, significa que aquela entidade valorizou as ofertas turísticas com preocupação ambiental, onde foram criadas condições de trabalho para as populações das aldeias, valorizando tradições e os próprios produtos regionais.
“Não deixamos que a tradição se perca. Cuidamos do ambiente e tentamos sempre acompanhar os novos movimentos de ‘slow turism’, sem o ‘stress’ dos horários, dos grandes grupos”, acrescenta.
Vinhos com Alma, um programa de dois dias, que parte da região de Lamego, no Alto Douro Vinhateiro – património mundial da humanidade, os Caminhos do Pastor, em Boticas, Vila Real, onde se pode acompanhar o pastor e o seu rebanho por um dia, ou os Caminhos do Pão, onde o turista vai “meter a mão na massa” e acompanhar o processo da produção de pão cozido em fornos comunitários, são outras das propostas do projeto Douro-Wellcome.
A Douro-Wellcome, que se dedica à nova geração de turismo – o turismo criativo -, o que implica a participação dos turistas em atividades criativas com a população local, tem o objetivo de desenvolver o potencial criativo dos participante e permitir ao turista aprofundar o contacto e conhecimento com a cultura local, através da participação direta em atividades culturais e criativas, na maior parte das vezes envolvendo as populações locais”, lê-se na página da Internet.
A Creative Tourism Network foi criada em Barcelona, em 2010, pela Fundação Sociedade e Cultura e o principal objetivo é promover o turismo criativo, dando a conhecer as ofertas dos seus destinos, criando sinergias entre cidades e regiões que têm potencial para acolher viajantes em busca de experiências artísticas e humanas, independentemente da sua importância demográfica ou da sua projeção internacional.
Da rede fazem parte membros como Barcelona, Galiza e Ibiza (Espanha), Áustria, Banguecoque (Tailândia), Paris (França), Guatemala e agora Portugal.
Fonte: Lusa
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