Boulder Creek, uma pequena comunidade montanhosa ao norte de Santa Cruz, escapou do pior das enchentes, mas ventos fortes derrubaram as árvores já enfraquecidas pelos incêndios florestais de 2020.

Uma dessas atingiu a casa reconstruída dos Phleger.

"Acho que foi um resultado direto da mudança climática", disse Shannon à AFP, enquanto fazia um balanço da devastação.

A queima indiscriminada de combustíveis fósseis ao longo dos séculos está a deixar o país mais quente e a transformar os padrões climáticos.

Desta forma, as tempestades estão mais extremas. Do mesmo modo, as ondas de calor estão mais quentes e prolongadas, o que cria condições para a reincidência de incêndios florestais.

Consequências de um incêndio

Em agosto de 2020, após três anos de secas e temperaturas escaldantes, um raio provocou um incêndio de grandes proporções nas montanhas de Santa Cruz. Durante um mês, foram queimados 35 mil hectares, e 1.500 casas e instalações, destruídas, incluindo a casa da família Phleger.

"A nossa luta, de certa forma, representa o que a Califórnia e a Costa Oeste verão no futuro", disse Jason Phleger.

Um pouco mais acima, na encosta da montanha, Whitney Wilde escapou por pouco do desastre.

Na noite do Ano Novo, uma correnteza de lama e pedras, que arrastou um camião e até um tanque de propano, passou a poucos metros da sua casa móvel.

"O deslizamento de terra aconteceu por causa do incêndio. O mato que segurava a terra desapareceu", contou à AFP.

Entre o incêndio florestal de 2020 e as tempestades de janeiro, "a área definitivamente sofreu uma pancada", disse o capitão Ian Jones, bombeiro voluntário do local.

Casa inabitável

Nas últimas semanas, o corpo de bombeiros do seu distrito não parou de receber chamadas de emergência, mas, segundo Jones, "surpreendentemente" ninguém ficou ferido.

Mesmo após dois anos de recuperação, o incêndio ainda gera impacto nas atuais tempestades.

Nathalie Dervaux viu a sua casa ser inundada até ao segundo andar, após o rio St. Lawrence transbordar três vezes em duas semanas.

"Árvores inteiras caíram no rio, além de todos os destroços criados pelo incêndio há dois anos, que foram arrastados", contou.

Mesmo tendo a sua casa considerada inabitável, a mulher de 49 anos não parece querer desistir do seu espaço na montanha.

"O aquecimento global definitivamente não está a ajudar, mas eu ainda adoro esta área", completou.

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