Trata-se da Via Mariana Luso-Galaica, que liga a Basílica do Sameiro, em Braga, ao Santuário da Virgem da Barca, em Muxia, com passagem por cerca de uma dezena de santuários marianos do Minho e da Galiza.

“A ideia é voltar a dar vida ao ‘deserto verde’ em que se transformou esta região, sobretudo por causa da emigração”, disse José Paulo Abreu, da Confraria da Senhora do Sameiro, na conferência de imprensa de apresentação da via.

Referiu que se trata de um caminho com um “valiosíssimo” património material e imaterial, que “urge” redescobrir e valorizar.

“Tradições, costumes, lendas, canções, lugares pitorescos, aldeias, paisagens, histórias, é todo um mundo de magia e de coisas bonitas que o caminho oferece”, disse ainda José Paulo Abreu.

O novo caminho foi “desbravado” pela Associação Via Mariana Luso-Galaica, que junta entidades dos dois lados da fronteira.

Para a presidente da associação, Maria José Silva, este é “um projeto de fé, património e natureza”.

“Abrimos caminhos pelos quais ninguém passava há mais de 50 anos e que estavam cobertos de mato, foram muitas e muitas mãos voluntárias que pegaram em motosserras e sacholas, num trabalho entusiasta, voluntário e altruísta”, referiu.

Sobretudo no lado português, o caminho é apontado como sendo de “dificuldade elevada”, alcançando cotas de 700 a 1.200 metros de altitude.

Os pontos de acolhimento são ainda poucos, pelo que é necessário em muitos lugares recorrer aos alojamentos privados de tipo turístico, que é preciso reservar previamente.

No Sameiro está prevista a instalação de um “pequeno ponto” de acolhimento aos peregrinos, com uma copa, chuveiros e sala de estar.

Há um código de conduta para os peregrinos, que têm ainda direito a uma credencial personalizada e a um certificado, no fim do caminho.

Descarregando uma aplicação do site da associação, os peregrinos têm, ao longo do caminho, toda a informação útil e necessária.

Fonte: Lusa