"Esta medida é uma resposta à onda significativa de infecções por COVID-19 na China e à possibilidade de surgimento de variantes do vírus neste país", justificou o ministro australiano da Saúde, Mark Butler.
A exigência de um teste de PCR negativo começará a ser aplicada a partir do dia 5 de janeiro a qualquer passageiro que desembarcar procedente da China.
O governo canadiano já havia anunciado uma medida idêntica, em "resposta ao aumento da COVID-19 na República Popular da China e devido aos poucos dados epidemiológicos e de sequenciamento do genoma disponíveis sobre esses casos".
Marrocos foi mais longe e proibiu, diretamente, a entrada em seu território de qualquer passageiro procedente da China, a partir do dia 3 de janeiro.
Embora vários países europeus, como França, Itália e Espanha, já tenham restringido a chegada de viajantes da China, todos os Estados-membros da União Europeia devem reunir-se na próxima quarta-feira, dia 04 de janeiro, para discutir uma resposta comum, anunciou a Suécia, que assumiu a presidência rotativa do bloco este domingo.
"Na ausência de informações completas da China, é compreensível que os países tomem as medidas que acreditam que vão proteger as suas populações", disse o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Quase três anos após a detecção dos primeiros casos de coronavírus em Wuhan (centro), a China desmantelou a sua draconiana política sanitária de "covid zero" no início de dezembro. Desde então, os hospitais encheram-se de pacientes, a maioria idosos, os crematórios estão saturados, e muitas farmácias não têm antitérmicos para vender.
O país registou 5.100 novos casos e uma morte por COVID-19, nas última 24 horas. Especialistas consideram, no entanto, que estes números não correspondem à realidade, ante o fim dos testes sistemáticos de COVID e a redefinição do critério de mortos pela doença.
Apesar do aumento da epidemia, as autoridades vão encerrar, no dia 8 de janeiro, as quarentenas obrigatórias para quem chega do exterior. A medida permitirá aos chineses voltarem a fazer viagens internacionais após quase três anos de isolamento.
"Luz de esperança"
"A prevenção e o controlo da epidemia entraram numa nova fase. Ainda estamos num momento difícil", mas "a luz da esperança está à nossa frente", declarou o presidente Xi Jinping num discurso de Ano Novo transmitido pela televisão.
Multidões reuniram-se em Xangai e em Wuhan para celebrar a chegada de 2023, embora, nas redes sociais, os relatos tenham sido de comemorações mais tranquilas do que nos anos anteriores.
Na sexta-feira (29), a OMS anunciou que se reuniu com as autoridades chinesas para discutir o ressurgimento da epidemia e que pediu que compartilhem "regularmente e em tempo real dados específicos sobre a situação epidemiológica".
Um estudo recente de investigadores chineses publicado na revista "Frontiers of Medicine" revelou que há cerca de 30 subvariantes de ômicron a circular há meses em Xangai.
Nesse contexto, no seu discurso de Ano Novo, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, colocou as tensões com Pequim de lado e disse que o governo está "pronto para fornecer a assistência necessária, com base em preocupações humanitárias".
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