“Nós temos de aproveitar aquilo que já existe, o nosso património, que é muito valioso, e desde logo a partir daqui, do Convento de Cristo, colocá-lo ao serviço da nossa região”, disse em Tomar (Santarém) Manuel Jorge Valamatos, presidente da CIM Médio Tejo, tendo destacado o trabalho de “parceria” na “agregação e valorização” do que “de melhor a região tem”, e no “encontrar de estratégias no sentido de atrair e potenciar os fluxos turísticos”.

A Rota dos Templários no Médio Tejo, hoje apresentada no Convento de Cristo, em Tomar, monumento Património da Humanidade, agrega vários recursos com vínculo à temática templária, com percursos e património visitável em sete municípios - Abrantes, Ferreira do Zêzere, Ourém, Sertã, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha - a par de experiências imersivas e diversas ferramentas de comunicação.

Para além das experiências “imersivas”, foi criado o site templarportugal.com, a aplicação - Rota dos Templários e as páginas de redes sociais templarportugal no Facebook e no Instagram.

As experiências já disponíveis ao público são uma visita virtual ao Castelo de Almourol, a partir do Centro de Interpretação Templário de Almourol, em Vila Nova da Barquinha, e a Reconstituição do Cerco ao Castelo de Tomar, no Convento de Cristo, em Tomar,

Após o término das obras que decorrem na Torre de Dornes, em Ferreira do Zêzere, a CIM Médio Tejo vai disponibilizar naquele monumento templário uma experiência de vídeo mapping que irá retratar as lendas da Torre de Dornes e de Nossa Senhora do Pranto.

Quatro itinerários

A Rota Templária propõe ainda quatro itinerários temáticos. O militar, a centrar-se nos castelos e fortalezas, o religioso, que dá a conhecer algumas igrejas e crenças e hábitos religiosos dos Templários, o simbólico, que explora o misticismo e a imagética templária, e o arquitetónico, que se debruça sobre as características e as inovações da arquitetura templária.

Segundo a CIM Médio Tejo, os objetivos da nova oferta turísitica passam pela “valorização do património histórico-militar”, pela “promoção turística do território associada à temática templária”, e pela “melhoria da experiência de visitação dos monumentos templários mais emblemáticos”, com a implementação de “ofertas diferenciadoras e experiências imersivas com recurso às novas tecnologias”.

Manuel Jorge Valamatos, que também preside ao município de Abrantes, disse que a Rota Templária “permite conhecer a vivência dos Cavaleiros do Templo, passando por relevantes vestígios deixados pelos Templários, ao mesmo tempo que permite usufruir da riqueza das suas paisagens naturais e da sua gastronomia”.

Anabela Freitas, vice-presidente da Turismo do Centro, destacou na sua intervenção que, "dos 7.9 milhões de dormidas registadas em 2023 na região Centro, 1.5 milhões foram no Médio Tejo", sub-região que registou uma subida de 28% neste item.

O presidente da Turismo de Portugal, por sua vez, entidade que apoiou financeiramente a Rota dos Templários em 70% do total dos cerca de 1.4 milhões de euros (ME) de investimento efetuado pela CIM Médio Tejo e pelos municípios “nucleares” do projeto – Tomar, Ferreira do Zêzere e Vila Nova da Barquinha – destacou o trabalho de parceira entre municípios, a partir dos recursos endógenos, tendo feito notar que o desafio do setor é “continuar a crescer” em qualidade, depois do turismo nacional ter atingido, em 2023, um volume de receitas de 25 mil ME.

“O objetivo era chegar aos 27 mil ME em 2027, estamos a 7% [desse montante], e estamos convictos que este ano vamos atingir essa meta”, disse Carlos Abade, tendo indicado que “os desafios passam por fazer mais e melhor, e, continuamente, inovar, valorizar e criar valor”.