Em declarações à agência Lusa, o diretor do Planetário da Marinha, comandante João Silva Ramos, explicou que este esteve fechado para remodelação desde 17 de junho “para instalar um novo sistema de projeção”.

Ao sistema de projeção analógico, o planetário juntou “oito projetores de vídeo, que estão em toda a volta do auditório, e que fazem uma imagem de vídeo única e coerente em toda a cúpula, é a chamada realidade imersiva”, passando os dois sistemas a funcionar de “maneira síncrona”, adiantou.

“A grande diferença é que, antigamente, nós só conseguíamos mostrar o céu visto da terra, portanto, o visitante estava sempre com os pés na terra. Com este sistema de vídeo digital, nós navegamos numa nave espacial, fazemos uma descolagem da terra, navegamos no sistema solar, saímos da nossa galáxia, vamos até aos confins do universo e voltamos à terra”, referiu o comandante.

O novo sistema - que teve um custo de cerca de “um milhão e meio de euros” - permite ao planetário divulgar não só filmes de Astronomia, mas também de Biologia, Geologia, ou até “do fundo do mar”.

As projeções poderão também incluir espetáculos de música “com efeitos de planetário que são extraordinariamente imersivos e que despertam sensações nas pessoas”.

A programação conta já com dois filmes de Astronomia, um para crianças dos quatro aos 12 anos e outro para jovens e adultos, mantendo-se também disponíveis as sessões ao vivo com programas adaptados aos diferentes graus de ensino do primeiro ciclo ao secundário.

“Continuamos a ter as nossas sessões ao vivo, nas quais voamos pelo universo, pelo sistema solar, pelo cosmos mas guiados pelos nossos conferencistas”, acrescentou.

Para além destas inovações, o planetário, anteriormente conhecido como Planetário Calouste Gulbenkian - fundação que custeou o primeiro sistema de projeção - reabre com novo nome, passando a denominar-se Planetário da Marinha.

O comandante João Silva Ramos explicou que a gestão do planetário esteve sempre a cargo da Marinha, algo que por vezes era difícil explicar aos visitantes.

“A Marinha portuguesa consegue, através do nome, dar a perceber ao visitante que este planetário é pertença e é gerido pela Marinha de guerra portuguesa, algo que antigamente era extraordinariamente difícil de fazer, as pessoas até ficavam confusas”, disse.

Apesar da mudança de nome, uma ala da galeria de exposições do planetário continua dedicada à Fundação Calouste Gulbenkian onde “o visitante tem a possibilidade de ver o projetor antigo, de perceber a história do planetário e principalmente perceber o que é a fundação atualmente”.

“Fundamentalmente, o que nós pretendemos no planetário de Marinha é passar conhecimento com deslumbramento, que as pessoas venham ao planetário e que não se esqueçam que vieram ao planetário, porque é tão deslumbrante, tão imersivo”, rematou.

O Planetário de Marinha foi inaugurado em 20 de julho de 1965 e, de acordo com o ramo, “é atualmente o segundo maior da Europa com o mais avançado sistema digital existente”.