A maioria das regiões italianas foi classificada como "amarelo", o que significa risco moderado, com exceção de Alto Adige (norte), Umbria (centro), Puglia, Sardenha e Sicília (sul), classificadas como "laranja", risco médio.
Nenhuma região aparece como "vermelho", o nível mais elevado de risco, uma decisão que preocupa os especialistas porque vai contra a tendência geral dos países europeus, que adotaram medidas de prevenção.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu na quinta-feira que era "muito cedo para relaxar" as restrições devido à circulação "ainda muito elevada" do vírus.
"Itália está a remar contra a corrente", afirmou Walter Ricciardi, um dos especialistas que representam o ministério da Saúde italiano numa entrevista à AFP.
As restrições aumentaram no fim de semana na Alemanha e França para intensificar a proteção contra as novas variantes do coronavírus. Portugal está em confinamento geral desde 15 de janeiro, enquanto a região de Madrid, uma das mais afetadas da Espanha, endureceu as medidas.
Na Itália o nível de risco foi decidido com base em critérios como a taxa de ocupação dos cuidados intensivos e a taxa de reprodução do vírus. O nível amarelo permite, entre outras coisas, a abertura de bares, cafés e restaurantes durante o dia e facilita a circulação de pessoas.
Restaurantes e cafés, que até agora estavam autorizados a abrir apenas para a entrega de refeições, poderão receber os clientes nas mesas até 18h00, mas em número limitado e respeitando as regras de distanciamento.
Museus reabertos, mas com cautela
Os museus também estão autorizados a abrir as portas, mas apenas durante os dias da semana. Nos finais de semana permanecerão fechados para evitar aglomerações.
Os principais monumentos turísticos da península reabriram nesta segunda-feira ao público, incluindo o Coliseu. Os museus do Vaticano, que abrigam a Capela Sistina e os famosos frescos de Michelangelo, um dos grandes pontos turísticos do mundo, também foram reabertos e será possível visitá-los no sábado.
Monumentos emblemáticos da capital italiana, entre eles o Panteão, a Galeria Borghese e o Castelo Sant'Angelo, também poderão ser visitados. Perto de Roma, em Tivoli, as famosas Villa d'Este e Villa Adriano, a espetacular residência do imperador romano, também abriram as portas.
O toque de recolher permanecerá em vigor em todo o território das 22h00 até 5h00.
No domingo, o país registou 11.252 novos casos de coronavírus, um resultado inferior aos 12.715 registados no sábado.
Milhares de pessoas saíram às ruas e parques das principais cidades italianas no fim de semana, apesar das restrições ainda em vigor, o que levou o ministro da Saúde, Roberto Speranza, a fazer um alerta.
"Passar para o amarelo não significa que saímos do perigo, devemos atuar com muita cautela, para não perder os avanços registados nas últimas semanas", advertiu.
A Itália foi o primeiro país europeu afetado pelo coronavírus e regista mais de 88.000 mortes desde o início da pandemia, que também provocou a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
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