Cerca de 160 países e regiões participam neste evento, que se realiza de forma regular, desde meados do século XIX como uma vitrine de técnicas, conhecimentos e culturas diversas do mundo.

A Expo 2025 acontece até ao dia 13 de outubro na ilha artificial de Yumeshima, na baía de Osaka, a terceira cidade mais populosa do país.

A organização espera repetir o sucesso da edição de 1970 na mesma cidade, que teve um grande impacto no Japão em pleno auge económico. De acordo com a Lusa, o certame deverá atrair cerca de 28 milhões de visitantes, dos quais 3,5 milhões são estrangeiros.

Ainda conforme a agência de notícias portuguesa, estima-se que o impacto económico da exposição mundial alcance entre dois e 2,9 biliões de ienes (cerca de 12,27 a 17,6 mil milhões de euros), o que será uma importante injeção de dinheiro para a quarta maior economia do mundo, que se debate com a diminuição do consumo interno devido à aceleração da inflação, além do impacto que se teme da guerra comercial tarifária iniciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por um futuro mais unido, um "Grande Anel" de compromisso

Em tempos incertos de mudanças e divisões, o tema escolhido é "Desenhar as Sociedades do Futuro para as Nossas Vidas", com ênfase na inteligência artificial (IA) e na tecnologia espacial.

"Depois de superar a pandemia da COVID, o mundo enfrenta agora uma crise marcada por inúmeras divisões", comentou o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, durante a cerimónia de abertura futurista.

"É extremamente importante que as pessoas ao redor do mundo reúnam-se e abordem a questão da vida na nossa época, exibindo tecnologias de ponta e a diversidade de culturas e formas de pensar", acrescentou.

Para enfatizar este senso de unidade, todos os pavilhões dos países envolvidos encontram-se cercados pela maior estrutura arquitetónica de madeira do mundo, um imponente "Grande Anel" com enormes treliças.

Grand Ring
Grand Ring Grand Ring créditos: Lusa

Meteoritos, esculturas da Hello Kitty e um cavalo marinho português

Outros destaques da Expo 2025 incluem um meteorito marciano, um coração artificial criado a partir de células-tronco e 32 esculturas da Hello Kitty em formatos diferentes de algas.

A participação portuguesa na exposição tem como tema "Oceano: Diálogo Azul" e conta com o envolvimento de mais de 150 empresas, associações, autarquias e artistas nacionais.

O Pavilhão de Portugal foi projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, vencedor do concurso internacional para o efeito, o que levantou alguma polémica, de acordo com a Lusa, nomeadamente com críticas da Ordem dos Arquitetos, por não ter sido um português.

A mascote oficial de Portugal na exposição chama-se Umi – que significa oceano em japonês –, um cavalo marinho que, segundo disse em janeiro o primeiro-ministro, Luís Montenegro, é "uma bela escolha para assinalar o elemento que ligou Portugal e o Japão há mais ou menos 500 anos".

Dentro do "Grande Anel", uma delegação palestiniana coexistirá com uma delegação israelita que, segundo o seu líder, Yahel Vilan, chega "com uma mensagem de paz".

O lema do pavilhão dos Estados Unidos é "América, a Bela". Sem evocar as políticas do presidente Donald Trump, a exposição foca-se nas paisagens do país, na IA e na tecnologia espacial.

Perto da "beleza americana", o pavilhão chinês exibe amostras lunares trazidas por sondas espaciais e dedica um grande espaço à tecnologia verde.

Ecologia e sustentabilidade são temas recorrentes na Expo, que, no entanto, tem sido criticada por causa da sua natureza temporária.

Após outubro, grande parte dos terrenos da ilha artificial vai ser desmontada para dar lugar a um complexo de casino, e apenas 12,5% do Grande Anel de Madeira será reutilizado, segundo a AFP.

O espírito de união em tempos de incerteza

Realizadas regularmente em todo o mundo desde 1851, as Expo Mundiais oferecem aos países a oportunidade de competirem entre si através da arquitetura dos seus pavilhões, ao mesmo tempo que partilham a sua cultura, técnicas e conhecimento.

Apesar de terem perdido o brilho, estes eventos já tiveram um grande significado no mundo menos globalizado e interconectado de antigamente, tendo deixado como legado monumentos como a Torre Eiffel em Paris, erguida para a edição de 1889. Em Portugal, a Expo 98, a última grande exposição mundial do mundo do século XX, deixou como herança a revitalização de uma área degradada que se tornou numa zona habitacional de elite, o Parque das Nações. Do evento, que contou com a participação de 150 países e que teve como tema "Os Oceanos. Um património para o futuro", permanecem vários espaços emblemáticos como Torre Vasco da Gama, o Teatro Camões, o pavilhão Utupia (atualmente MEO Arena), o teleférico,  Oceanário, o Pavilhão do Conhecimento e o Pavilhão do Futuro, convertido no Casino de Lisboa. Para além disto, a exposição Internacional de Lisboa, que contou com mais de 10 milhões de visitantes, determinou a criação de várias infraestruturas, nomeadamente a Ponte Vasco da Gama e a Estação do Oriente, a par da extensão da rede de metro.

O evento poderá ajudar a "restaurar um senso de unidade" no mundo, insistiu Ishiba no passado domingo.

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*Com AFP e Lusa