A lista inclui "64 cabeças esculpidas em relevo em pedra, 11 páginas manuscritas do Alcorão, uma tigela gravada em bronze e uma estela funerária das culturas tribais ma'în ou minoica das montanhas do noroeste do Iémen, que datam do século I a.C.", afirma o comunicado divulgado pelo promotor do Distrito de Nova Iorque, Breon Peace.

O anúncio conjunto envolveu a Promotoria, o Departamento de Segurança Nacional, o Departamento de Estado e o Instituto Smithsonian, que administra quase 20 museus nos Estados Unidos.

A justiça do estado de Nova Iorque organiza há vários anos uma grande campanha de restituição de antiguidades saqueadas em todo o mundo e que foram levadas para museus e galerias da cidade.

Entre 2020 e 2021, pelo menos 700 peças foram devolvidas a 14 países, incluindo Camboja, Índia, Paquistão, Egito, Iraque, Grécia e Itália.

De acordo com o promotor Peace, as 64 cabeças esculpidas em pedra foram apreendidas nos Estados Unidos com um contrabandista identificado como Mousa Khouli, que se declarou culpado.

O embaixador do Iémen nos Estados Unidos, Mohammed Al-Hadhrami, citado no comunicado, expressou "profunda gratidão".

"Também expresso o meu reconhecimento substancial ao Museu Nacional de Arte Asiática do Smithsonian por concordar em manter temporariamente as antiguidades até que sejam completamente repatriadas ao Iémen no futuro", acrescentou.

O governo do Iémen e o museu concordaram que a instituição conservará os objetos durante dois anos, com a opção de renovar o acordo em caso de pedido iemenita.

O Iémen é cenário de uma guerra há mais de oito anos, que provocou centenas de milhares de mortes e mergulhou o país da península arábica numa das piores tragédias humanitárias do mundo.