As temperaturas andam loucas. Se países europeus improváveis, como os nórdicos e o Reino Unido, atravessaram, no mês passado, uma onda de calor sem precedentes, em Portugal foi o julho mais frio dos últimos 30 anos.

Algumas zonas do país sentem a temperatura média registada em julho no Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos: 42 graus. Ao compararmos ambas as temperaturas, é provável concluirmos que o lugar mais quente do mundo não é um verdadeiro “inferno”. Mas atenção: 42 graus equivalem à temperatura média de Death Valley em julho, que foi calculada tendo em conta as temperaturas máximas e as temperaturas mínimas registadas ao longo do mês. É que a temperatura mais alta registada nesses mês naquele vale californiano foi de 53 graus (52,7), de acordo com a revista Condé Nast Traveler (CNTraveler). O termómetro permaneceu nesse nível durante quatro dias no Vale da Morte.

Para se declarar um novo recorde mundial, os valores precisam de ser analisados de forma mais precisa, explica a CNTraveler. Apesar disso, tudo indica que, ao longo de um só mês, o parque nacional aumentou as suas temperaturas médias.

O Vale da Morte - que para além de ser o lugar o mais quente do mundo é também o ponto mais baixo dos Estados Unidos ( fica a 86 metros abaixo do nível do mar)  - já havia estabelecido o último recorde mundial em 2017, ao, em julho desse ano, as suas temperaturas médias rondarem os 41 graus. Se a subida de quase um grau nas temperaturas médias não o alarmarem, deveria: o recorde 2017 quebrou um que reinou durante um século.

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As consequências destes níveis altos de calor são graves. No mês passado, um homem de 57 anos morreu após sofrer uma queda enquanto caminhava no parque. De acordo com as autoridades, o calor terá contribuído para o final trágico. Muitos animais também estão a ser encontrados mortos sem sinais de trauma, segundo a CNTraveler.

Ainda assim, milhares de turistas continuam a visitar o Vale da Morte durante os meses de verão. O National Park Service (NPS) garante que é seguro visitar o parque durante o verão, desde que sejam tomadas as devidas precauções. Aos visitantes, o NPS recomenda que levem consigo pelo menos um litro de água, juntamente com salgados e bebidas desportivas para regular os níveis de eletrólitos. O NPS aconselha ainda que se desloquem por estradas pavimentadas e que não se afastem muitos dos seus veículos. Em caso de quebra de tensão, tontura ou desmaio, o melhor será ficar no carro até que chegue ajuda. A equipa do parque desaconselha os visitantes a procurar ajuda nestas situações. O melhor talvez seja visitar o parque na primavera.