Bilhete-postal enviado por Sofia Messias
Viagem longa e demorada, sozinha e à aventura. Cheguei a Havana de noite, calor abafado, num aeroporto claustrofóbico e sem ventilação. Climatização de suores, filas demoradas que pareciam intermináveis. Por fim cheguei cá fora, o motorista estava à minha espera. Seguiu-se uma viagem de carro de três horas até Santa Clara. Fui acolhida por uma família, acostumada a receber, a muito bem receber!
De manhã fui para a faculdade de bicitáxi, algo que me tinham falado mas que só me apercebi do que era quando para cima dele saltei! Em quinze minutos o taxista a pedalar intensamente deixou-me na faculdade. Tive a primeira vista pela localidade, aberta, com muito movimento àquela hora. A faculdade, à primeira vista pareceu simples mas com o essencial: a vontade de ensinar e o desejo da aprendizagem.
Trocaram-se experiências, com os professores, com a assistente e até com os pacientes, que, apesar das maleitas e das cirurgias complicadas, mostravam sempre boa disposição e abertura. Apercebi-me das imensas dificuldades e carências e também da imensa vontade de dar a volta por cima destes mesmos obstáculos. No fim do dia, voltava para casa de carroça comunitária, sempre cheia!
Nos meus passeios de final de dia por Santa Clara conheci alguns cubanos, que, instigados pela curiosidade me faziam imensas perguntas da Europa, mas que também falavam muito do país deles.
Aventurei-me sozinha por muitos sítios, o carregamento que levei na mala deixei-o todo lá, o coração, esse, veio cheio e a razão mais completa e com outro horizonte, o de superação.
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