Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação de Pescadores do rio Minho e do Mar, Augusto Porto, explicou ser normal a escassez de exemplares no rio Minho no início do período de pesca do ciclóstomo, na segunda-feira.
“A partir de meados de janeiro deve começar a haver mais exemplares. É normal não dar muita lampreia logo no início da safra”, afirmou o pescador de Caminha.
A explicação, segundo Augusto Porto, está no inverno pouco chuvoso que se tem feito sentir na região.
“O inverno foi pouco, não houve muita água doce e, por isso, a quantidade para já é pouca, mas de boa qualidade. Há dias em que não apanhamos nada, e outros em que apanhamos duas a três por maré”, explicou.
A lampreia pode medir mais de um metro e pesar cerca de dois quilogramas, sendo considerada uma iguaria da região do Minho.
A faina da lampreia decorre na época em que a espécie volta a entrar nos rios, na direção da nascente, para cumprir a fase de reprodução.
Augusto Porto adiantou que “os preços oscilam entre os 30 e os 40 euros, por exemplar, o habitual” no arranque da safra naquele curso internacional onde operam também pescadores espanhóis.
No rio Minho, a pesca da lampreia começou em 03 de janeiro e prolonga-se até 16 de abril. A atividade decorre em cerca de 35 quilómetros daquele curso internacional, variando em função da arte utilizada, já que pode ser feita com "lampreeiras", a bordo de embarcações artesanais, ou com pesqueiras armadas, arte denominada botirão e cabaceira (estruturas antigas, em pedra, existentes no rio).
Segundo números avançados hoje à Lusa pelo capitão da capitania de Caminha, Pedro Santos Jorge, responsável pela fiscalização da atividade ao longo daquele rio internacional, este ano, estão matriculadas em Portugal 144 embarcações para a pesca da lampreia e 80 para o meixão, e, em Espanha, 65 para a lampreia e 71 para o meixão.
No rio Lima, em Viana do Castelo, a captura começou no primeiro dia do ano e o cenário é o mesmo. A faina faz-se apenas numa extensão total de 10 quilómetros, entre a cidade de Viana do Castelo e a freguesia de Lanheses, no mesmo concelho.
Contactado pela Lusa, Luís Miguel Ferreira, da direção da Associação de Pescadores do rio Lima, apontou também a "pouca quantidade” registada em outros anos e mostrou-se convencido que as capturas vão aumentar “para bem dos pescadores”.
“Neste momento, em média, por dia, estão a ser capturadas entre 15 e 20 lampreias por todas as embarcações licenciadas”, referiu.
Luís Miguel Ferreira adiantou que “o preço por unidade, vendida em lota, varia entre os 40 e os 50 euros”, sendo que “fora da lota o preço praticado é superior, podendo atingir os 60 euros”.
Neste curso de água, a pesca da lampreia começou no dia 01 de janeiro e prolonga-se até 30 de março. Após um período de defeso [definido como a paragem temporária da pesca para preservação da espécie], a safra será retomada em 06 de abril e prolongar-se-á até ao primeiro dia de maio.
À Lusa, o capitão do porto de Viana do Castelo, Silva Lampreia, informou estarem licenciadas para aquela atividade "65 embarcações locais, envolvendo um mínimo de 130 pescadores".
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