Os gregos mergulhavam a amêndoa em mel. Muito mais recentemente, no século XVIII, os franceses colocaram-lhe uma cobertura de açúcar.
Agora, existe uma variedade quase sem limites nos sabores, ingredientes, recheios, cores e formas.
Uma mudança significativa, por exemplo, nas últimas quatro décadas, segundo o testemunho de Sérgio Solposto: “ainda se vendem as tradicionais, chocolate de leite, chocolate negro e chocolate branco.
A tipo francês que era típica, nossa, está a desaparecer porque as gerações mais novas preferem algumas do estrangeiro: de Itália ou da Alemanha. Trazem sabores completamente diferentes. Há de fruta, cheesecake, gengibre, limão, rum, uísque ...”
Sérgio Solposto é proprietário da Casa de Cafés Solposto, uma loja com história em Lisboa e que está localizada na Estrada de Benfica. Nas montras e no interior, percebemos facilmente as novas tendências do consumo de amêndoas com os novos sabores e formatos.
O estabelecimento é propriedade da família desde 1949 e ele está no balcão das centenas de guloseimas e com aroma de cafés há quase quatro décadas. Uma enorme oferta colorida pinta as prateleiras de cores intensas, em particular com a exposição dos vários frascos com as amêndoas.
Sérgio Solposto ainda se lembra, tal como eu, das amêndoas serem vendidas em cartuchos de papel. Agora não. “As amêndoas são colocadas em sacos de celofane e ficam à vista. Normalmente as pessoas compram quatro a cinco qualidades para fazerem um sortido de cores e ficar apelativo.
Outra ideia, que nós temos e que nos é muito tradicional, é os ovos de abrir de chocolate, onde os padrinhos (e não só) colocam no interior as prendas para darem às crianças.”
Muitas amêndoas já estão embaladas em sacos, outras são vendidas avulso e a cor de cada qualidade é um elemento determinante na escolha, “muito, porque hoje as amêndoas são muito coloridas. Desde os ovos de codornizes às amêndoas de fruta, que mantêm as cores da fruta. São muito mais apelativas.”
A forma tradicional da amêndoa da Páscoa é de um ovo. Tal como o chamado Ovo da Páscoa. A forma de ovo está associada à fertilidade e renovação. Mesmo antes do cristianismo, nesta época primaveril, em algumas civilizações havia o hábito de trocas de oferendas com ovos.
O ritual dos padrinhos na Páscoa oferecerem prendas aos afilhados tem uma variedade preferida, com amêndoas em formatos de bonecos. São pequenas e com relevos que desenham bonecos. No interior têm licor.
“São amêndoas de um dos mais antigos fabricantes portugueses, a Arcádia, e têm vários bonecos. Os mais famosos são os “bebés” que normalmente as madrinhas gostam de oferecer aos afilhados.” Não são apenas os padrinhos e madrinhas que procuram as amêndoas. Sérgio Solposto regista mesmo uma renovação de clientes, em termos de idade e de gostos.
“O nosso cliente habitual são pessoas mais velhas. São os clientes de longa data deste tipo de casa. No entanto, as novas gerações, na casa dos 40 anos, estão a vir e a comprar amêndoas preferencialmente importadas. A juventude prefere também as que têm sabores exóticos.”
Com a variedade que existe, a dieta pode ser ultrapassada e quase ninguém fica de fora, há opções para todos, mesmo para situações mais exigentes.
“Temos uma variedade que vem da Alemanha para diabéticos. Existem também amêndoas vegan, mas não tiveram grande aceitação. Em geral, acho que a maioria das pessoas, com as amêndoas esquece a dieta. Faz a dieta a seguir.” Aí está uma boa sugestão.
Amêndoas da Páscoa para todos os gostos faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
Comentários