Ficar no Sóis Montejunto Eco Lodge recordou-me uma citação que há muito fixara de Gary Snyder: “a natureza não é um lugar para se visitar. É a nossa casa”. E é verdade.

Num alojamento diferente do habitual, senti-me em casa. Os domos, interligados por passadiços de madeira e parecidos com iglus, até podiam ser obras extraterrestres, porém, o mar verde que os rodeia transmitem-nos uma sensação de reencontro.

Gary Snyder (08 de maio de 1930) é um poeta, tradutor, linguista, mitólogo e antropólogo norte-americano associado à Geração Beat e ao chamado Renascimento de São Francisco.

Aqui, sentimos aquele alívio de quem regressa às origens e pode ser o seu eu mais puro, no entanto, sem fugir muito da sua zona de conforto – encontramos, no interior das estruturas esféricas, todas as comodidades a que nos habituamos (incluindo wifi).

Sóis Montejunto Eco Lodge: um glamping que nos reconecta com a natureza
Foto: Ana Oliveira

E embora o wifi possa ser útil (admito), não é o que nos faz querer estar no Sóis. São, por exemplo, as duas cadeiras que se encontram à entrada de cada domo. Parece que estão ali quase só para decorar, porém, são ótimas companheiras de estada.

Começamos por nos sentar para tirar uma fotografia, mas, depois, já não nos queremos levantar. É que sabe bem apreciar a paisagem e encontrar serenidade – que nos faz falta tantas vezes no dia a dia.

Sois Montejunto Eco Lodge
créditos: Ana Oliveira

No primeiro dia da nossa experiência, o dia esteve cinzento e chuvoso e ainda bem. Este pode não ser o estado meteorológico mais convidativo para quem quer fazer glamping, contudo ou pelo menos, no Sóis Montejunto, não nos impediu de ter uma boa estadia. Aliás, permitiu-nos experienciar algo pouco típico em Portugal: banho de jacuzzi ao ar livre com chuva e frio. Depois de entrar na água aquecida, o problema é querer sair mas, quando saímos, estamos com o corpo quente e não sofremos nada. Ainda há a sauna para mais momentos relaxantes.

Sois Montejunto Eco Lodge
créditos: Ana Oliveira

Para quem vai com crianças, estar no domo é um encanto. No caso de um dos maiores, o familiar, há o beliche que os mais novos vão gostar de trepar (e dormir). Como os domos possuem cozinhas equipadas, os miúdos sentem que estão numa casa diferente. Assim, podem cozinhar em família. Se preferirem fazer refeições fora, encontram opções nas redondezas –a receção ajuda a escolher o restaurante e a fazer a reserva.

Conforme o dia (e o tempo) no sopé da Serra do Montejunto, que tanto pode ter sido de relaxamento como pode ter levado a caminhadas ou passeios de bicicleta pela região recheada de vinhas e moinhos de ventos, pode terminá-lo a assistir um filme a dois ou em família – as televisões (smart tvs) permitem aceder a serviços de streaming – ou a ler um livro com os mais novos – acreditamos que vão gostar da experiência dada a atmosfera proporcionada pelo domo (se se lembrarem levem convosco uma lanterna de casa).

No nosso caso, acordamos com um belo dia de sol. Abrimos as cortinas e ficamos a apreciar a paisagem a partir da cama. Acreditam que soube muito bem? Sem pressa, abrimos a porta. Lá estava uma cesta recheada com produtos para o pequeno-almoço que iam desde leite (no nosso caso era vegetal que escolhemos no momento do check-in), sumo de laranja, fruta, pão, pastéis de nata, queijo, croissants, entre outros.

Depois do pequeno-almoço e porque o dia estava bonito subimos até ao topo do empreendimento de onde apreciamos a paisagem e banhamo-nos com o sol.

Sois Montejunto Eco Lodge

Infelizmente, chegou a hora de partir mas ficou a vontade de voltar. Afinal, foi a partir daquele lugar que escapamos do mundo urbano e matamos algumas das saudades da nossa primeira casa, a natureza.

Onde fica o Sóis Montejunto Eco Lodge?

O Sóis Montejunto Eco Lodge fica a 45 minutos do Aeroporto de Lisboa no Caminho do Fole, Portela do Sol, Vila Verde dos Francos, 2580-438, Alenquer.

O que dispõe?

Para já, o empreendimento conta com oito domos geodésicos dos quais metade têm capacidade para alojar até quatro pessoas. Os restantes estão preparados para acolher apenas duas pessoas.

Todos os domos possuem cama de casal queen-size, cozinha equipada, casa de banho, varanda com vista para a serra, wifi, smart TV e ar condicionado.

Ao nível das áreas comuns, existe a sauna, a piscina, o jacuzzi, o bar e a sala de convívio. O Sóis ainda disponibiliza um domo para atividades como ioga, massagens relaxantes, eventos team building, workshops, entre outros.

Domo Sois
créditos: Ana Oliveira

O que fazer?

Os hóspedes podem contar com um conjunto de atividades ao ar livre que aliam a beleza natural da região e a cultura das comunidades locais. É possível, por exemplo, alugar bicicletas e realizar um passeio guiado por um parceiro do Sóis Montejunto Eco Lodge. Quem quiser uma experiência mais radical poderá alugar uma bicicleta BTT e aventurar-se, com a ajuda do respetivo parceiro, pelos trilhos da Serra de Montejunto. As corridas de trail e a escalada também fazem parte do leque de opções em termos de aventura.

Se a opção for por um passeio mais tranquilo, o alojamento tem sugestões de trilhos que podem ser realizados com ou sem guia.

À descoberta dos sabores locais

Como a região tem uma longa história vitivinícola, o Sóis Montejunto Eco Lodge gosta de envolver os hóspedes em algumas atividades sazonais como, por exemplo, a vindima.

Há a possibilidade de conhecer a arte do pastoreio e da produção de queijo da serra, pois o espaço também garante esta experiência. Assim, poderá caminhar com um pastor, aprender a arte e provar os saborosos queijos da Serra.

Ainda poderá visitar os moinhos de vento e aproveitar para observar a moagem dos cereais que resultam na produção de pão.

Para reservas e mais informações, consulte a página do alojamento.

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