No leito do rio repousam hoje mais de 1000 anos de História, à superfície permanecem as memórias daqueles que a habitaram. Todos os habitantes, que em 1971 eram cerca de 300, foram realojados, deixando para trás as suas casas e as suas vidas como até aí as tinham conhecido, levando consigo o peso de serem os últimos habitantes de Vilarinho das Furnas. Esta comunidade vivia essencialmente da agricultura e pecuária e, como grande parte das aldeias serranas do norte de Portugal, caracterizava-se por um aglomerado de casas graníticas, de construção modesta.

Cerca de 45 anos depois, é isto que podemos ver quando a barragem é esvaziada para limpeza ou em períodos de seca, em que que o nível da água desce bastante. Nestes alturas, grande parte da aldeia fica a descoberto e, seguindo o trilho que acompanha o rio, poderá ter um vislumbre do que terá sido a aldeia. Apesar da ausência de telhados, as construções permanecem praticamente intactas, sendo possível distinguir diferentes edificações, bem como muros e caminhos.

Para que o rio, com a ajuda do tempo, não apague por completo esta história, os antigos habitantes formaram a Associação AFURNA, tendo como missão a defesa do património etnográfico, cultural e ambiental desta zona.

Graças aos esforços dessa associação, foi inaugurado em 1989 o Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, edificado com pedras de casas da aldeia.

Atualmente, além da visita ao museu e do percurso junto ao rio, é também possível conhecer o que resta da aldeia através de mergulho, em passeios exploratórios organizados por entidades especializadas.

Se ficou curioso com a história desta aldeia-fantasma que emerge misteriosamente do rio, só tem de meter pés ao caminho e dirigir-se para norte. Antes disso, não deixe de espreitar a fotogaleria acima.

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