A extensão do trilho circular é de pouco mais de 2km e desdobra-se por um passadiço de madeira e antigos caminhos rurais, sempre a acompanhar o rio Vez.
Na opinião de Ernesto e Anabela Martins, é “um percurso excelente. É também bonita a praia fluvial, onde se atravessa o dique.”
Ernesto e Anabela Martins estavam de regresso ao Lugar da Igreja, uma das aldeias da freguesia de Sistelo, perto da ponte que nos leva ao núcleo urbano e onde termina o passadiço.
A praia fluvial que referiram resulta de um dique. É um dos lugares onde estamos junto à água. Na maior parte do trilho seguimos em encostas de vale profundo, alguns metros acima do leito do rio Vez.
Um dos pontos mais interessantes é a passagem ao lado de uma cascata que se vai despenhar muitos metros abaixo. “Faz um jogo de luzes interessante entre a água e a atmosfera. Nós estamos num ponto intermédio porque os passadiços passam mais ou menos a meio da cascata".
"Se medirmos da linha de água ao topo da cascata, deverá ter, no mínimo, 20 metros.” O cálculo é de Bruno Marques que recebe os visitantes no chamado Castelo de Sistelo. Uma casa construída há 140 anos e inspirada numa fortaleza.
Hoje dá a conhecer o património físico e cultural de Sistelo, nomeadamente a paisagem de eiras ou socalcos, conquistada pelo homem à montanha para a agricultura. No passado, mais para o cultivo de milho, hoje mais para a pecuária. Para a criação de vacas cachena, uma espécie autóctone no parque Peneda-Gerês.
Parte do percurso do trilho dos Passadiços de Sistelo acompanha estes terrenos agrícolas. Pequenas parcelas de terra ao lado do rio e onde, por vezes, encontramos sinais do antigo sistema de rega para o milho e que hoje ainda continua a ter uso.
Algumas das pequenas parcelas de terra são também hortas de economia de subsistência da população local. Com o incremento do turismo, os visitantes também saboreiam os produtos de produção própria.
Um dos pratos principais e tradicional da gastronomia local é a posta de cachena que Marlene Rodrigues serve no restaurante, antiga mercearia e café da avó, a Ti-Mélia. “É uma posta grelhada e servida com feijão tarreste. O feijão é cultivado nos nossos campos, é pequeno e acastanhado. Usamos com arroz ou no caldo, a sopa.”
Calorias que aconselham a prolongar o trilho dos Passadiços do Sistelo até, por exemplo, aos passadiços das Lagoas de Vez, cerca de 8 km depois. Os dois trajetos integram a Ecovia do Vez numa extensão de 34 km até Arcos de Valdevez, a sede de concelho.
Passadiços de Sistelo com paisagem classificada de Património Nacional faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e a emissão deste episódio pode ouvir aqui.
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