Compram a lã aos pastores e fazem todo o processo de preparação na oficina e de forma manual. Lavam, cardam e fiam.
Curiosamente, no dia da minha visita, era uma cidadã holandesa que estava a fiar a lã. Vive na região e estava a ajudar na cooperativa. Ela aprendeu a fiar na Holanda e afirma que é fácil.
O processo é todo artesanal e segue à risca a tradição. Nos materiais e nos padrões.
Utilizam apenas a lã como matéria prima. Maria Helena diz que os padrões são antigos e à base de figuras geométricas. Os alforges levam bordados e têm um efeito visual mais forte.
As mantas são mais discretas porque são feitas com a cor natural da lã – branco e castanho.
Outra característica é que as mantas tradicionais têm sempre uma costura ao meio porque são feitas em teares muito estreitos.
Uma outra particularidade relevante da oficina é que funciona como museu. Por exemplo, os teares onde trabalham têm vários séculos.
O engenho onde Helena estava a trabalhar tem mais de 300 anos.
Foram recolhidos no concelho e já tinham sido usados por gerações muito anteriores.
A madeira é de carvalho, a estrutura principal é a original e apenas foram renovadas algumas peças.
Há o risco desta actividade acabar, pelo menos seguindo as práticas tradicionais. Há mais um ou duas tecedeiras no concelho mas usam também o algodão e linho.
A lã cardada e fiada só se faz na cooperativa da oficina.
Na tecelagem Mértola ainda se fia e carda a lã faz parte do podcast semanal da Antena1, Vou Ali e Já Venho, e pode ouvir aqui.
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