O Parque do Barrocal é um parque natural urbano que se destaca pelas suas formações rochosas únicas e paisagens deslumbrantes. Mesmo em dias de muito calor, como no dia em que fomos ao parque, conseguimos encontrar zonas de sombra e, caso tenham sorte de haver vento, os mirantes são um ponto chave para nos conseguirmos refrescar!
Inaugurado em 2020, o parque foi criado com o objetivo de preservar e valorizar uma área natural de grande valor geológico e paisagístico em Castelo Branco. A região do Barrocal já era conhecida pela população local, mas a criação do parque oficializou a sua proteção e disponibilização para visitação pública.
As formações rochosas são o principal atrativo deste parque urbano, mas não se enganem se acham que só serve para os amantes de geologia! Ao longo do percurso podemos ver diversas espécies de flora e de fauna: podemos ver a Giesta-branca (Cytisus multiflorus) e o Codesso (Adernocarpos lainzii), dois endemismos ibéricos, o papa-moscas-preto (Ficedula hypoleuca), a Petinha-dos-prados (Anthus pratensis), ou o Tordo-pinto (Turdus philomelos). No entanto, a joia da coroa é o estival abelharuco (Merops apiaster).
O parque encontra-se no Maciço Granítico de Castelo Branco, com aflorações rochosas que foram esculpidas pela erosão ao longo de milhões de anos. Estas formações criam um cenário quase surreal, com rochas de formas variadas. Outra curiosidade interessante é a presença de evidências de ocupação humana antiga na região, como gravuras rupestres e outros vestígios arqueológicos, que indicam a presença de povos da idade do bronze.
Não fui preparado para fotografar avifauna, aliás só ia com os meus binóculos numa tentativa de conseguir ver alguma ave de rapina a aproveitar as correntes térmicas criadas pelo ar quente, mas quando vi a placa a dizer “observatório dos abelharucos” a minha atenção mudou por completo. Já tinha visto esta espécie no Alentejo e por isso já tinha o meu trabalho de casa feito: sabia o seu chamamento e a forma do seu corpo! Mas foi já na saída do parque que ouvi um som familiar e para meu espanto era um bando de abelharucos, só que não os vi! Muito provavelmente estavam no outro lado do maciço rochoso. Sabem o que isto significa? É preciso voltar para ter uma nova hipótese.
Em suma, o parque não só desempenha um papel crucial na conservação do património natural e geológico de Castelo Branco, como também é um espaço educativo, onde os visitantes podem aprender sobre geologia, ecologia e história. Além disso, promove o turismo sustentável, atraindo visitantes que procuram experiências ao ar livre e contacto com a natureza, contribuindo para a economia local sem comprometer o meio ambiente.
Podem seguir as viagens e experiências fotográficas do Guilherme no seu blog, Raw Traveller, onde uma versão deste artigo foi publicada originalmente, e no instagram.
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