A Região do Tejo está ligada à produção de vinhos desde 2000 a.C., quando os Tartessos se dedicaram à plantação de vinha junto às margens do rio. D. Afonso Henriques terá mesmo feito referência aos vinhos da região no Foral de Santarém, datado de 1170, e o Cartaxo terá exportado 500 navios com tonéis de vinho que, em apenas um ano, terão atingido o valor de 12.000 reis.  Apesar das várias referências aos vinhos do Tejo ao longo da história, em 1765 toda a vinha da região desapareceu devido a um ordem imposta por Marquês de Pombal.

Embora com uma longa história, apenas em 1997  foi criada a Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo, à qual se sucedeu a atual Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, em 2008, seguindo-se a Rota dos Vinhos do Tejo. A região está dividida em três zonas distintas de produção: Campo, Bairro e Charneca. O Campo está situado nas extensas planícies adjacentes ao rio Tejo sujeitas a inundações, que tornam esta uma zona de excelência para a produção de vinhos brancos. Já o Bairro, entre o Vale do Tejo e os contrafortes dos maciços de Porto de Mós, Candeeiros e Montejunto, tem solos argilo-calcários, sendo um terroir ideal para as castas tintas. Por último, a Charneca, na margem esquerda do Rio Tejo, tem solos arenosos com potencialidades tanto para a produção de vinhos tintos como vinhos brancos.

créditos: pedrocerqueira.com

Fernão Pires é a casta rainha e marca o perfil dos vinhos brancos do Tejo, representado 30% de toda a área vitícola (cerca de 3.750 hectares). Fernão Pires é também a baga branca mais plantada em todo o país, dando origem  a vinhos frutados, aromáticos e frescos, perfeitos para os dias mais quentes.

O rio Tejo dá mais do que apenas do nome à região, contribuindo de forma decisiva quer a nível dos vários terroirs quer a nível climático. O rio é, desta forma, o maior influenciador do perfil dos vinhos produzidos na região e tem também forte influência na gastronomia.

créditos: Susana Sousa Ribeiro

No restaurante Sabor da Pedra, Alverangel, junto à albufeira de Castelo de Bode, pode provar o melhor da gastronomia regional, incluindo peixes de rio e mar, como o sável acompanhado de açorda de ovas e a sopa de peixe. A garrafeira do restaurante conta com 600 referências nacionais e uma grande oferta de vinhos do Tejo. A sala envidraçada do restaurante, com vista para a albufeira é o melhor cenário para desfrutar dos sabores da região em plena comunhão com a natureza envolvente.

Publicado originalmente a 2 de outubro de 2020