
As colchas continuam a ser feitas em teares manuais, em particular na Fajã dos Vimes, e seguindo a tradição familiar.

Alzira e Carminda Nunes são tecedeiras. Seguiram o gosto da bisavó e da avó. Foi assim que Alzira Nunes e a irmã aprenderam a tecer, em particular as colchas tradicionais de ponto alto ou laças puxadas.
Alzira e Carminda trabalham na Casa de Artesanato Nunes e produzem várias peças para além de colchas.

Seguem os desenhos tradicionais, com motivos florais e geométricos e recuperaram desenhos antigos.
A tecelagem era uma prática usual em quase toda a ilha. Muitas famílias tinham um tear para fazerem vestuário e roupa de cama.

Hoje, a produção é muito menor mas há ainda quem queira inovar recorrendo aos velhos teares.
É o caso de Paula Azevedo que tem um tear que era da avó e ela quer dar continuidade a esta actividade.

Paula Azevedo é tecedeira, tem uma oficina na Fajã dos Vimes e aposta também em outros materiais. Faz artesanato com reciclagem de vários tecidos. Por outro lado, não está presa à tradição. Produz peças com o ponto alto mas acrescenta renda para lhe dar um toque mais personalizado e diferente.

Quase todas as colchas de S. Jorge têm cores fortes. A tradição era usar corantes naturais à base de plantas.
A Cooperativa de Artesanato da Senhora da Encarnação, na Urzelina, diz que é um dos poucos sítios no planeta onde as lãs ainda são tingidas com casca de cebola, folha de nogueira, casca de noz ou erva azeda.

A cooperativa é especializada na tecelagem de repassos.
As colchas mais antigas de S. Jorge são, por vezes, tema de exposições em galerias e museus. Há também quem as tenha em casa.

É o caso de António Gomes que tem uma colcha de 1903, numa das casas de alojamento local na Fajã dos Vimes. Muitos hóspedes ficam surpreendidos com a beleza e o bom estado de preservação da colcha de S. Jorge que está pendurada num parede da casa.
Colchas de S. Jorge e dos Açores faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.
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