1. Como/quando começou o “bichinho” das viagens?
O bichinho das viagens começou ainda era bem pequenino. Os meus pais eram uns verdadeiros exploradores, de van (carrinha), caravana, a acampar. A paixão pela natureza e o gosto de aproveitar os dias longe da rotina veio de família.
Em 2014, quando o meu pai comentou que queria vender a carrinha (que tinha comprado nova em 1994) porque já não lhe dava um uso assíduo, a ideia de ficar sem aquele carro com recordações de uma vida não me caiu bem. Convenci o meu pai a ven-dar-ma e foi aí que comecei quase a tempo inteiro nas viagens.
Em 2015, fiz a minha primeira road trip fora de Portugal, depois de ter explorado grande parte da nossa costa. Até hoje, todos os anos, tiro um mês para percorrer a Europa de carrinha. A minha Toyota Hiace já andou por Espanha, França, toda a costa de Itália, toda a costa da Croácia, Eslovénia, Hungria, Áustria, Eslováquia, Bósnia e Herzgovina, Alemanha, Suíça e mais uns quantos mini países como San Marino, Liechtenstein, entre outros. Apesar de ser o meu estilo de viagem favorito, não viajo apenas de van. À boleia, de barco, comboio ou avião são apenas alguns exemplos dos meios que usei para visitar até hoje 39 países.
2. Além de viajar, gosta muito de…
Música é uma das minhas grandes paixões e já tenho saudades de ir a uma festa com os amigos por mais pequena que seja. Uma das coisas que para mim faz parte da experiência de viajar é conhecer a noite do local. Mesmo sem ser em festas, ouvir música é algo que me acompanha diariamente.
3. Viagens mais marcantes e porquê?
Tenho várias viagens que me marcaram, umas por ter ido sozinho (coisa que adoro fazer - viajar sozinho), outras pela diferença e impacto cultural e outras pela natureza que tanto me deixa sem palavras. Uma das últimas viagens que fiz, no mês de abril, visitei a Jordânia, um país bastante turístico e com uma cultura totalmente diferente da nossa. Para além do choque cultural, as marcas desta pandemia neste tipo de países, que em muitas zonas sobrevivem do turismo, são avassaladoras. Foi das viagens que mais me tocou, e muito devido a este vírus.
4. Destino que quer regressar e porquê?
É difícil dizer qual o destino que quero voltar, porque não sou do tipo de pessoa que coleciona países. Não sou do género de viajante que vai a uma capital e “check", mais um país. Não! Eu gosto de explorar ao máximo. Poucos são os países que fui que não os conheço bem. Gosto de conhecer tudo o que cada país tem para mostrar. A Escócia é provavelmente o destino que mais interesse tenho em voltar, e rapidamente. Quando lá estive, não tive oportunidade de visitar as Highlands e isso é algo que quero mudar em breve (mas ainda não tive tempo).
5. Próximos destinos e expectativas. Tendo em conta a atual conjuntura, como acha que vão ser as viagens durante e pós-Covid-19?
A minha próxima aventura vai ser a road trip pela Europa. O ano passado foi cancelada e o plano e a rota passaram para este ano. Se tudo correr bem, começa já no final deste mês (maio) e vamos até Sérvia, Kosovo, Macedónia do Norte, Grécia, Albânia, Montenegro, entre outros. Vai ser um verdadeiro desavio viajar por tantas fronteiras visto a situação atual e todas as restrições que possam vir a existir, mas, acima de tudo, acho que temos de nos mentalizar que ainda vamos ter de viver com isto durante os próximos anos e não podemos deixar de viver porque o tempo não para e a vida passa a correr. Temos de ser responsáveis, conscientes e respeitar as normas das entidades competentes.
Acho que vai ser mais difícil viajar, comparando ao que era antigamente. Mas como tudo na vida, existem os lados bons e os lados maus, e há que aproveitar os bons da melhor forma. Por exemplo, visitei Petra e estive numa das 7 Maravilhas do Mundo completamente sozinho. Em todo o dia, no máximo, vi 30 ou 40 turistas, um lugar que recebia milhares diariamente… Um privilégio único contemplar toda aquela história sozinho.
6. Dica de viagem mais valiosa que pode dar
A dica mais valiosa que posso dar é exatamente sobre o projeto que desenvolvi até hoje. Eu ajudo outras pessoas a planear e organizar a sua própria viagem. Não só em termos de voos e alojamentos mas principalmente em desenhar uma rota! A maior parte das vezes temos o tempo limitado para visitar e conhecer o máximo de um lugar / país e acabamos por querer ver tudo e não vemos nada. A ideia de ir ao sabor do vento, sem planos e ser o que a vida quiser é algo que não gosto de praticar. Nunca viajo sem um plano bem organizado e acho que só assim se consegue aproveitar ao máximo uma viagem. Mesmo com um plano, os imprevistos acontecem, e, muitas vezes, pelo caminho ou em conversa com os locais, descobrimos e ficamos a conhecer coisas que não estavam previstas, por isso, mesmo com um roteiro organizado acabamos sempre por “ser livres” e ir um pouco ao sabor do vento, mas sempre com uma rota desenhada.
7. Lugar preferido em Portugal
Em Portugal é difícil escolher um lugar ou uma região favorita. Eu adoro natureza, e temos um país rico em beleza natural. Adoro várias zonas do país: Costa Vicentina, Gerês e, claro, a zona Oeste, a qual eu chamo casa.
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