1. Como/quando começou o “bichinho” das viagens?

Essa pergunta até é fácil de responder.

Para mim (Mara) sempre esteve aqui o “bichinho” e já tinha feito algumas viagens, mas claramente em 2017 alguma coisa mudou aqui dentro. Na minha viagem pela Costa Rica. Também foi quando consegui começar a fazer algumas poupanças com objetivo claro de viajar. Penso que foi o facto de conhecer um povo tão diferente, com uma maneira tão pura de viver a vida e um país tão bonito que me fez incluir as viagens na minha pirâmide de prioridades.

O João desde jovem que viajava bastante, mesmo nas suas aventuras nacionais pelos escuteiros, sempre foi algo muito presente na sua essência.

Queremos muito conhecer uma cultura nova sempre que possível, um lugar novo. É educativo. Faz-nos crescer imenso.

Não consideramos que viajar seja um luxo, mas sim algo que contribui positivamente para nós a vários níveis. Inclusivamente torna-nos melhores seres humanos todos os dias. Mais despertos e atentos para diferenças culturais e mais recetivos.

2. Além de viajar, gostam muito de…

Fotografar.

O Anda Comigo surge mesmo por isso, eu, apaixonada por viajar e com um fraquinho por fotografia. Ele, apaixonado por fotografar e com queda para as viagens.

São duas coisas que se conciliam muito bem... e quisemos começar a partilhar os lugares por onde passamos com todos, sem os camuflar, através das nossas fotografias. Sem editar os lugares. Sem os ir “conhecer” sem os viver na realidade.

Costumamos dizer que as nossas fotografias são sem edições e as nossas viagens sem adições.

As fotografias, qualquer um que vá ao mesmo lugar conseguirá tirar uma semelhante - não ficamos horas na fila à espera para tirar a fotografia perfeita, fotografamos, sim, a realidade que os nossos olhos captam do local, mesmo que com alguma edição a fotografia captasse mais “gostos” ou desse um quadro mais bonito. Mas não é esse o nosso propósito e tão pouco o que nos faz felizes. Gostamos de fotografia de rua.

Não ficamos horas na fila à espera para tirar a fotografia perfeita, fotografamos, sim, a realidade

E as viagens são sem adição, isto significa que não procuramos ficar num hotel incrível que retrata zero o sítio onde estamos. Pelo contrário, procuramos ficar em alojamentos locais, apoiar os pequenos negócios e economias e, dessa forma, estar o mais mergulhados possível na nova cultura.

Se estamos numa zona em que se dorme em tendas no deserto, porque não vamos precisamente dormir em tendas no deserto? Ou se estamos num local onde os locais dormem em roças, porque não procuramos também ficar lá alojados? Não será aí que está a essência do local?

3. Quantos países já visitaram?

Por incrível que pareça, esta pergunta é difícil de responder porque não contamos. Mas, para poder responder, estivemos aqui a fazer uma pequena lista e tem lá 22 países. Sendo que alguns deles conhecemos apenas duas ou três cidades, outros conhecemos de uma ponta à outra. Claro que há sempre mais e mais para conhecer, mas há países onde ficámos efetivamente mais tempo e explorámos mais.

4. Viagens mais marcantes e porquê?

Costa Rica, pela maneira como encaram a vida, são mesmo um povo incrível e quando compreendemos o lema Pura Vida que tanto usam, é impossível não o adotar.

Colômbia, porque é um exemplo vivo de que os estereótipos nos afastam de experiências e pessoas maravilhosas. Viemos completamente fascinados e até lá termos estado o que nos chegava deste país incrível eram sempre relatos de insegurança que agora percebemos serem um pouco distorcidos.

Marrocos, porque é “mesmo aqui ao lado” e nos transporta para uma realidade completamente diferente da nossa. Os cheiros, as cores, os sons, os sabores, as especiarias e a cultura. Tudo tão diferente. E porque dormir e acordar no deserto não tem palavras que permitam descrever o quão bonito é.

Vietname, porque prova que a Ásia tem tanto para oferecer além de praias bonitas (que também as tem). É um país pouco explorado pelo turismo, então a experiência é muito pura e marcante.

Mas lá está, temos tido um privilégio enorme de viajar por países espetaculares e apesar de fugirmos um pouco a países muito turísticos, ou pelo menos às zonas mais exploradas, nunca tivemos uma surpresa desagradável.

Temos, muitas vezes, de adaptar o roteiro a acontecimentos durante a viagem, mas não levamos isso muito a sério e encaramos com tranquilidade.

Pedimos orientação e ajuda aos locais, mostramo-nos iguais a eles e tem corrido muito bem. Acho que todos os lugares nos marcam por isso, temos sempre uma história com alguém que nos ficou no coração. Misturamos mesmo com a cultura local, sem barreiras, então isso marca-nos sempre.

Óbvio que também guardamos um lugar especial no coração para os países que têm uma gastronomia incrível, como os quatro países que destacámos.

5. Destino que querem regressar e porquê?

Costa Rica e Marrocos, até porque lideramos viagens para lá através da agência levarTravel . Queremos muito partilhar os encantos destes destinos com outras pessoas.

Mas porquê voltar à Costa Rica? Porque além de adorar o país e ter um fascínio por natureza, tenho amigos lá. É um país com uma beleza natural indescritível; muito seguro; com muito contacto com animais exóticos; comida deliciosa e muita música. Tem montanhas, praias, florestas e vulcões... o que podemos pedir mais?

A consciência ambiental deste povo e a noção que têm sobre termos de proteger o meio ambiente e os animais é inspiradora, foi isso que também me moveu na escolha sobre o projeto de voluntariado incluído no nosso tour, aproveitando para tornar a viagem educativa numa área em que os costa riquenhos são especialistas.

Quanto a Marrocos, porque voltar? Porque é sempre diferente. Porque a Cidade Azul tem sempre uma rua mais fotogénica do que a que captámos na viagem anterior; porque os labirintos das medidas por mais que os percorramos são sempre um mistério; porque as pessoas têm a sua maneira de ser tão diferente da nossa mas se tivermos dispostos a conhecê-los descobrimos que temos tanto em comum; porque depois de vermos curtir os couros ou as máquinas de tecer a trabalhar damos mais valor à arte que fazem; porque dormir no deserto pode acontecer 100 vezes nas nossas vidas e não nos fartamos garantidamente.

6. Próximos destinos e expectativas. Tendo em conta a atual conjuntura, como acha que vão ser as viagens durante e pós-Covid-19?

Os próximos destinos são um pouco uma incógnita porque depende muito das fronteiras que começam agora a abrir e, apesar de sermos muito descontraídos na forma como viajamos, somos responsáveis. Queremos manter sempre a nossa segurança, a de quem viaja connosco e a das pessoas nos locais para onde viajamos.

Mas temos aqui em cima da mesa para breve Budapeste, Marrocos, Laos (vamos ver se é possível) e Costa Rica. Para já, estes são os planos, mas mais do que nunca, temos de ser flexíveis.

Já viajámos durante a pandemia pela Europa, foi diferente, mas nada demais ou que justifique não se viajar. Para nós viajar é parte da nossa vida e bem-estar. Não nos passa pela cabeça não viajar até isto passar, ia ser mais prejudicial para a nossa saúde e bem-estar, garantidamente.

Consideramos que temos de ter mais cuidados, cumprir todas as regras de segurança como por exemplo o uso de máscara e álcool gel com frequência. Mas dá sim para ir e aproveitar, como é óbvio.

Nós tivemos em Roma em Setembro 2020 e foi uma semana incrível. Tudo o que tínhamos planeado ver e explorar foi possível e até com a particularidade de não estar cheio de turismo, então não existiam filas. Confiámos nos profissionais nos aeroportos; nos profissionais no hostel; restaurantes; museus, etc. E fizemos a nossa parte, tivemos todos os cuidados individuais que tínhamos de ter.

Trata-se de nos adaptarmos, respeitar e cumprir regras.

É um pouco esta a expectativa que temos para o turismo em tempos de pandemia. É também uma oportunidade de crescimento para um turismo mais responsável e sustentável.

7. Dica de viagem mais valiosa que pode dar

Não criar barreiras e pesquisar sobre o destino antes de viajar.

Ir informado e alertar para possíveis perigos, mas não assumir como verdades absolutas a impressão que possamos ter de algum sítio por um filme/série que vimos ou um relato que ouvimos/lemos.

O conselho que damos, ou a dica mais valiosa, é: vai

Viver a experiência na primeira pessoa.

Procurar conhecer além dos spots mais famosos; provar os pratos típicos; conversar com as pessoas na rua.

Mergulhar na cultura.

Se têm receio de explorar mais um país de forma autónoma, procurem viajar com acompanhamento, mas que vos leve a sair “dos muros dos hotéis” e a deitar por terra barreiras culturais. É uma experiência mais rica.

Mas o conselho que damos, ou a dica mais valiosa, é: vai.

8. Lugar preferido em Portugal

Ui... muito difícil esta pergunta.

Nós, portugueses, somos uns privilegiados, temos um país com oferta para todos os gostos. Portugal Continental e as nossas ilhas... têm de tudo.

Cidades interessantes, praias ótimas, campos verdes, serras e com jeitinho até neve temos para brincar no inverno. Só nos falta deserto, apesar das piadas fáceis sobre a Margem Sul (onde vivemos atualmente).

Fica difícil dizer um lugar preferido, mas gostamos mesmo muito dos Açores, da zona de Ferreira do Zêzere; da Ericeira e das grandes cidades de Lisboa e Porto. Mas também gostamos muito de onde vivemos e de Alcochete, mesmo aqui ao lado, e a Serra da Arrábida, a 20 minutos de carro. É-nos mesmo difícil responder sem sentirmos que estamos a ser injustos com o nosso país.

Sigam aqui o Anda Comigo Viagens

Se querem fazer parte da comunidade SAPO Viagens no Instagram, partilhem as vossas fotos com a hashtag #sapoviagens

O mundo inteiro no seu email!

Subscreva a newsletter do SAPO Viagens.

Viaje sem sair do lugar.

Ative as notificações do SAPO Viagens.

Todas as viagens, sem falhar uma estação.

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOviagens nas suas publicações.