Depois de uma viagem longa à Ásia, onde conheci o Kosgoda Sea Turtle Conservation Project, naturalmente que encarar a Europa torna-se um desafio diferente. E, a partir dos finais de abril e do mês de maio as coisas mudaram – no sentido positivo – quanto a viajar e a transitar entre certos aeroportos e países. Segundo, há situações importantes a saber e que estão desatualizadas quando fazemos a pesquisa típica nos blogues e nas informações da web no que respeita a viajar para e dentro da Croácia, especificamente. Senti na pele, com gosto, a ausência da máscara nos aeroportos e nas capitais dos países referidos (em restaurantes, hotéis, tudo!). Nem na Universidade de Zagreb é preciso utilizar a máscara. Mas, atenção, nem todos os aeroportos mantêm as mesmas medidas pelo que a máscara é usada com extrema imposição em aeroportos como os de Itália. Sinceramente o uso de máscara em aeroporto deveria ser aplicável sem exceção.
Sendo cidadãos europeus, não precisamos de apresentar o PCR, apenas estar munidos do Certificado de Vacinação Digital (em que constem as três vacinas e todas de laboratórios distintos). Preenchimento de questionário sanitário também não foi necessário para nenhum dos países apesar dessa informação constar na embaixada face à entrada na Croácia- Considere-se que Bulgária e Croácia estão ainda fora do espaço Schengen. Mas, tal não afeta a apresentação do Certificado de Vacinação. Quem não tiver as três doses, terá de apresentar um PCR negativo com 72 horas.
Sobre a viagem à Bulgária, as minhas expectativas foram confirmadas: é uma capital com monumentos imponentes e lindíssimos que rivalizam com qualquer outro país europeu. As cúpulas douradas e verdes lembram, a toda a hora, que estamos no Leste europeu e não muito diferente da Europa Central. É um país dos Balcãs muito claramente definido pelos traços multiculturais que vemos no rosto da população e dos quais se orgulham. Durante a noite é impressionante como o silêncio impera, apenas se ouvem pássaros primaveris entre as abóbodas altíssimas que caraterizam uma cidade que já fora do espaço soviético. Essa herança nota-se também. Quanto a formas de vestir, considerei interessante e peculiar o facto de a maioria se vestir de forma totalmente desportiva, com ou sem salto alto. Isto mesmo a um sábado à noite. Os clubes noturnos ouvem-se mais numa das pontas da capital. Uma das referências para quem quer aproveitar uma boa festa é visitar o Yalta Club pois é considerado o espaço disco de música techno da Europa.
Ir em abril recomenda-se pois a temperatura é amena como a nossa, curiosamente. Dicas sobre transportes: o táxi do aeroporto para o centro de Sófia é cerca de sete euros. Mas, se estiver a regressar do centro e de madrugada… conte com cerca de vinte euros. O país, de forma geral, tem um custo de vida muito baixo. E, remato: Sófia é lindíssima. De destacar, claramente, a Catedral Alexandre Nevsky. Indescritível. Mas, as pessoas são ainda reservadas na sua postura. Diferentes na perceção portuguesa do conceito hospitaleiro.
A uma hora de avião, embora não seja país fronteiriço, estamos em Zagreb, capital da Croácia. Aqui a minha motivação de viagem foi trabalho. Em contexto de Erasmus+ Teaching, fui lecionar à Universidade de Zagreb. E foi uma experiência diferente da minha anterior de lecionação no estrangeiro. Os alunos são mais atentos, mais envolvidos na prática com refugiados que estão a receber nesta fase do conflito russo-ucraniano, por exemplo. Já os docentes são acolhedores, diria encantadores. Falam extremamente bem inglês. Todavia, na Bulgária mal se fala inglês. E na Croácia só a geração mais jovem é que compreende e fala bem inglês. As faculdades do campus estão distribuídas pela capital e relembraram-me Viena de Áustria. Austeras e respeitosas faculdades e até com um estilo gótico, gostei muito.
Note-se também que a moeda croata (kuna) está a transitar já para euro. Podem pagar em euros, sendo que não é real o que se informa sobre o custo de vida na Croácia: é caro. Quando assim o classifico, estou a referir-me ao custo de refeições em restaurantes, a compras básicas em supermercado, a transportes e a hotéis. Por exemplo o shuttle tem o custo de 40 kunas por pessoa (cerca de 5,30 euros) e demora apenas vinte minutos entre o aeroporto e Zagreb. Não é maior o percurso como costuma ser referido em alguns artigos fora deste site. E é realmente de meia em meia hora e desde as 5h00 da manhã. Para passageiros que chegam de madrugada, o shuttle é mais difícil e terão de enfrentar o táxi com valores similares ou mais elevados que as tarifas portuguesas. Depois, dependendo do hotel ou hostel onde se hospedem, terão três opções quando chegam à ‘main bus station’ onde aporta o shuttle: apanhar um táxi; procurar um comboio pois está ali mesmo na estação, em frente; ou ir a pé pois há muitos hotéis perto dessa zona. Basta virar à direita mal saem da Main Bus Station e passarem por baixo de um viaduto curto. O centro fica à esquerda desse viaduto. Foi o meu caso, pois fiquei no Hotel Central que recomendo bastante por ser simples, não propriamente o mais económico, mas com boas amenidades e ótimo pequeno-almoço. A vantagem é a localização central, a desvantagem é o barulho que se ouve facilmente entre os quartos talvez devido à estrutura débil das suas paredes (mas é um hotel recente).
Pode conhecer tudo a pé sem ter que utilizar qualquer transporte e no próximo artigo explico como e o que vi e vivi sobretudo na Croácia.
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