1- Yangshuo
A terra dançou danças irresistíveis para fazer nascer Yangshuo. Não vos vou falar dos movimentos das placas tectónicas, disso falar-vos-ia se não tivesse lá estado, se não tivesse sentido Yangshuo. O que ali há tem de ter nascido no coração de alguém, antes de ter nascido de qualquer explicação científica e lógica. Ir a Yangshuo, na ausência de qualquer actividade planeada, na vontade de apenas ver e encher os olhos dessa ausência de mão humana, desumanização onde encontro um dos maiores gestos de humanidade: o respeito pela natureza, valeria toda a viagem.
Algumas das atracções turísticas habitualmente referenciadas são: o espectáculo de luzes nocturno (Yangshuo Impression Sanjie Liu, Night Show, Guangxi); as cavernas; o borboletário e os banhos de lama.
As nossas aventuras por Yangshuo, aqui.
2- Lijiang
Situada na Província de Yunnan, no sudoeste da China, encontra-se Lijiang, com uma parte da cordilheira do Himalaia no horizonte. Se aí estiverem subam o Lion Hill Park, atravessem o Pavilhão Wangu e vejam, de cima, os telhados negros, a calçada antiga.
Aqui contam-se mais de 800 anos de vida. A calçada lembra o tempo em que foi construída, não esconde a quantidade de pés que já a percorreram e, entre estes, aqueles que faziam a antiga rota do chá e do cavalo. É difícil olhá-la, vê-la livre de pés, são tantos pés que a escolhem e a escondem, na pressa de ver tudo. É de um charme fácil de nos conquistar desde o primeiro momento.
Se estiver em Lijiang, visitem também: a Jade Water Village, na base da Montanha de Neve do Dragão de Jade, a 3000 metros acima do nível do mar e a Baisha Village: uma aldeia onde nos cruzamos com o povo Naxi, uma das mais de 50 etnias reconhecidas pelo governo chinês e onde poderão apreciar os históricos murais Baisha.
Vejam a nossa visita a Lijiang, aqui.
3- Muralha da China
É a estrutura arquitectónica mais longa do mundo, estende-se ao longo de quatro províncias, atravessa o Deserto de Gobi a Mongólia e a região autónoma da Ningxia. Os olhos são poucos, são curtos, fazem-se pequenos, tentam alongar-se, esticar-se, aumentar-se mas deixam muralha para lá de tudo o que podem guardar.
São muros, portas, torres de vigia e fortes que se estendem por 8,850 km. A muralha adentra montanhas e finta-as para sair de novo cá em cima, atravessa planícies, atravessa desertos bem a norte. Há torres que, outrora, permitiam observar a aproximação e a movimentação do inimigo e há janelas donde se trocavam sinais de fumo e fogo e agora servem de miradouro para esta obra. É impressionante: em tamanho e beleza.
Vejam a nossa visita à Muralha da China, aqui.
4- Praça Tiananmen
Esta praça é - para os seus - o coração simbólico do país; quem não pertence à China julgo que - como nós - dificilmente dissociará esta praça do massacre que aqui ocorreu em 1989 e da imagem daquele que ficou conhecido pelo ‘homem do tanque’ ou ‘o rebelde desconhecido de Tiananmen’. Um homem que continua sem nome, mesmo sendo considerado um símbolo da luta pela democracia, mesmo sendo considerado uma das pessoas mais influentes do séc. XX.
Assentar os pés nela é lembrá-lo.
5- Cidade Proibida
A cidade Proibida, foi a residência terrestre do imperador; aquela onde ninguém podia entrar ou sair sem permissão do mesmo. Mais de 14 anos de construção e o trabalho de milhões de trabalhadores e artistas. O chão de muitos dos palácios é feito de ‘tijolos dourados’ não por se tratar literalmente de ouro, mas porque o processo de fabrico dos tijolos era tão moroso e oneroso que fazia com que quase fossem pagos ao peso do ouro.
A cada passo percebemos os detalhes, o reflexo, através da arquitectura, dos princípios filosóficos e religiosos e, sobretudo, do poder imperial.
Veja aqui a nossa passagem pela Cidade Proibida.
6- Lama Temple
De residência do imperador Yong Zheng passou a mosteiro, sendo vivido como lugar ativo de culto. Passámos a porta principal e se alongarmos o olhar, e o estendermos longe, percebemos nuvens de fumo que se repetem uma após outra: são mãos sem fim a lançar incenso para ser queimado nos incensários de ferro.
Quem o visitar vai sentir: a calma dos que ali moram; a emoção dos muitos peregrinos que o visitam; o cheiro intenso a incenso, os rituais de rezas que – na harmonia dos gestos – parecem danças.
Veja aqui a nossa visita ao Lama temple.
7- Summer Palace
Este Palácio de Verão é o maior e mais conhecido jardim imperial na China. Era aqui que os imperadores viviam o seu tempo de descanso e pausa de verão. Ao percorrê-lo encontramos a China nos seus diferentes cenários e paisagens. É mais água que terra, mais cores que o arco-íris, mais escadas que terreno plano. À frente: os castelos, templos e pontes, pagodes e pavilhões; atrás: o lago Kunming, as colinas, os jardins.
Pode ver a nossa passagem pelo Summer Palace, aqui.
8- As viagens de comboio
Compreendo o gosto dos chineses pelo comboio, é o seu meio de transporte de eleição. Uma viagem de comboio pode custar muito pouco, mesmo para uma distância longa. Os lugares vão de um extremo ao outro: existem lugares não sentados e cabines com cama.
Os campos de arroz e de outros cultivos, os camponeses de cabeças enfiadas nos seus chapéus tradicionais - para se protegerem do sol - e os cestos que trazem às costas, com uma fita que seguram na cabeça, a pele mais escura, do trabalho no campo, vê-se desde este lado e contrasta com o tom mais empalidecido dos rostos de Pequim, nós vimos isto tudo em movimento, das janelas do comboio. Se estiver pela China experimente.
Veja aqui um a nossa viagem de comboio.
9- As pessoas
Em viagem, cruzamos-nos com rostos desconhecidos muitas vezes por dia: rostos que nunca vimos antes, rostos que nunca veremos de novo. Na China esses rostos foram sempre acolhedores, de curiosidade, de boas-vindas.
Se viajar com uma criança pequena prepare-se, eles vão querer vê-la de perto, tocá-la e pedir para tirarem fotos com ela.
Veja a história do senhor que desenhava olhos com as mãos, uma das pessoas com quem nos cruzamos, aqui.
10- A comida
O universo gastronómico é tão vasto como o próprio país. Os métodos de confecção, a diversidade de produtos e as conjugações de sabores e texturas parecem infindáveis. O sentar à mesa é, por si mesmo, uma viagem em que desafiamos o paladar e somos surpreendidos a cada prato.
Certamente que há pratos desafiadores e que só os mais destemidos terão coragem e estômago para enfrentar, como a diversidade de insectos, carne de rato ou cão. A nossa experiência não terá sido a mais radical, mas confessamos-nos conquistados pela cozinha chinesa.
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