Uma das formas mais míticas de viajar é de comboio. Linhas lendárias de passageiros e mercadorias cruzam a América do Norte e do Sul, África, Europa e Ásia, e mesmo no nosso país a Linha do Douro é famosa pela sua história e beleza. Mas nenhuma linha ferroviária se compara com a mística da do Transiberiano, que cruza a Europa e a Ásia, desde Moscovo até ao Extremo-Oriente. Mandada construir na época dos czares para ligar a antiga capital, São Petersburgo, até Vladivostok, no extremo leste da Rússia, é hoje, na realidade, um conjunto de linhas que percorre vários países. Em 2009, optámos por fazer a linha do Transmongoliano, que tem início em Moscovo e segue em grande parte a linha do Transiberiano.

percurso até Irkutsk foi feito durante três dias e quatro noites, cobrindo mais de 5.000 km de carris, uma viagem realmente memorável, desfilando diante de nós a paisagem sem fim da Sibéria, e terminámos no Lago Baikal, o maior lago de água doce do mundo e considerado património mundial pela UNESCO.

De lá, prosseguimos viagem divergindo da linha que segue para Vladivostok, num percurso até Ulan Bator, capital da Mongólia, um país único pela sua imensidão e natureza intocada, cultura nómada em risco de extinção, e história rica, mas sempre condicionada pela sua posição geográfica entre dois gigantes territoriais e políticos, a Rússia (e ex-URSS) e a China.

Depois de termos explorado a Mongólia durante semanas, era tempo de voltar ao comboio, e seguir rumo a Pquim, no último troço do Transmongoliano. Esperáva-nos a mítica capital do antigo império chinês, a Cidade Proibida, e uma metrópole onde a modernidade engole e transforma o tradicional mais depressa do que aquilo que conseguimos imaginar.

Mas, em Pequim, a nossa viagem desse ano ainda não tinha acabado. Continuámos por terra, usando comboios e autocarros, percorrendo o território chinês de Norte a Sul, e passando por cidades como a mítica Xi’an da Rota da Seda, Chengdu, às portas do Tibete, a metrópole de Chongqing, para acabar na antiga colónia britânica de Hong Kong.

As nossas crónicas de uma viagem de milhares de quilómetros, sempre por terra, em que atravessámos o imenso continente asiático desde a Europa até ao Extremo-Oriente, cruzando a Rússia, Mongólia e China, foram publicadas no nosso blogue, Viajar entre Viagens


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