1. Como/quando começou o “bichinho” das viagens?
Quando tinha 18 anos fiz um cruzeiro com família e amigos que passou por Itália, Grécia, Croácia e Espanha. Nesse cruzeiro, conheci jovens de vários países, e uma rapariga espanhola que se tornou muito especial, pois foi o meu primeiro grande amor e com que tive uma relação à distância durante dois anos. Essa relação “obrigou-me” a viajar e a conviver com uma cultura nova e interiorizar um idioma novo (o espanhol, que por sinal não é assim tão fácil como nos parece). Ora, para estarmos juntos, todos os meses saltava entre Portugal e Espanha (Porto-Madrid). Graças a Deus existe a Ryanair que me permitia fazer isso com bastante frequência de uma forma económica, e como na altura era “apenas” um estudante universitário, tinha mais tempo livre, já que, como não tinha aulas à sexta, podia passar fins de semana em Espanha.
Além desse amor e dessa história linda que vivi, nesse cruzeiro, vi outras formas de vestir, entendi outras maneiras de ver a vida e até aprendi outros tipos de comunicação a nível de tecnologia, porque na altura em Portugal os jovens falavam apenas por SMS e ainda não usavam tanto o Whatsapp como hoje em dia, sendo que isso já era mais normal em Espanha naquela altura. E até esse detalhe foi “chocante” para mim...
Além da história de amor e das amizades, durante o cruzeiro visitei vários lugares novos em tão pouco tempo que o meu cérebro explodiu… literalmente. Eram demasiadas comidas, imagens, pessoas diferentes e paisagens para absorver, principalmente tendo em conta que ainda tinha 18 anos e pouquíssima experiência de vida, imagina o choque que tive!
Decidi que queria conhecer vários países por esse mundo fora
Quando regressei do cruzeiro, de rastos psicologicamente (“por voltar à realidade”) e ao mesmo tempo apaixonado e encantado pela experiência, cheguei à conclusão que já estava farto do mesmo grupinho de amigos, que queriam fazer sempre a mesma coisa, ou era ir uma semana para o Algarve ou uma semana para o Gerês, e já não me sentia identificado com isso, precisava de alargar os meus horizontes. Mudei a minha mentalidade, ou como se diz hoje em dia, o meu “mindset” e decidi que queria conhecer vários países por esse mundo fora. A partir daí, comecei a viajar sozinho, principalmente após o término da minha relação à distância de dois anos.
Depois do meu primeiro destino a viajar sozinho, que foi Palma de Maiorca, nunca mais parei! E cá estou eu a dar esta entrevista a vocês, incrível, não é ?
2. Além de viajar, gosta muito de…
Gosto muito de criar conteúdo de viagens com dicas e truques avançados e adoro nadar quer seja na piscina ou no mar (até rimou). Sou viciado em ver aqueles vlogs do Youtube, onde os criadores dos vídeos vão para os lugares mais remotos deste planeta e mostram tudo, perco horas nisso…
3. Quantos países já visitou?
Já visitei 22 países, no entanto, não gosto de contabilizar nações, não gosto de contribuir para uma pseudo-competição para ver quem tem mais países na conta. O que conta é a qualidade das experiências e não se já fui a 40 ou a 50 países.
4. Viagens mais marcantes e porquê?
Quando fui a Cabo Verde, essa viagem marcou-me devido à pobreza que presenciei. Num dia que fui a uma vila na ilha da Boavista e, uma coisa é ver tudo na televisão, desde o conforto do nosso sofá, outra, bem diferente, é ir ao terreno e ver como vivem. Lembro-me de ter levado roupa e coisas para doar, e nunca mais me esqueço da reação de um menino a olhar para uma escova de dentes (como se aquilo fosse um palácio banhado a ouro). Enfim, dei-me conta que tenho muita sorte com o que tenho, e tu, que estás a ler isto, também!
Outra viagem que me marcou foi a minha ida à Turquia. Fui sozinho e foi um choque (no bom sentido), porque experimentei comidas totalmente diferentes, e passear em Istambul é o equivalente a viver num filme… na mesma rua vês uma mulher toda tatuada, com piercings e ao mesmo tempo outra com o niqab apenas com os olhos visíveis.
Enfim, todas as viagens marcam-nos sempre por algum motivo, mas temos sempre aquelas que ficam mais vividamente gravadas na nossa memória.
5. Destino que quer regressar e porquê?
Quero regressar ao México! Para além de dominar o idioma local (sou fluente em espanhol), amei a simpatia das pessoas, a beleza das praias e a gastronomia. É um país que voltarei várias vezes!
6. Próximos destinos e expectativas. Tendo em conta a atual conjuntura, como acha que vão ser as viagens durante e pós-Covid-19?
Irei para a América do Sul, não sei exatamente para onde, mas será esse lado do mundo o(s) próximo(s) destino(s).
Durante a pandemia, se já estivermos totalmente vacinados, não acho que seja um risco viajar, tanto faz estar em casa ou no estrangeiro, se viajarmos com seguro, se tivermos os cuidados básicos não considero que existam barreiras. O mundo tem que normalizar, e assim como convivemos com a gripe todos os anos, temos que aprender a conviver com a COVID-19.
No pós-COVID, as pessoas vão começar a viajar mais e, mesmo que não tenham companhia, irão viajar na mesma. A tendência vai ser viajar sozinho. Hoje em dia, existem centenas de apps, grupos de Facebook, sites, eventos para nunca estar sozinho em viagem, então, não ter companhia para viajar é uma desculpa ilógica.
7. Dica de viagem mais valiosa que pode dar
A dica mais valiosa é que: não há desculpa para a falta de conhecimento, nem para falta de companhia. O conhecimento está todo online (principalmente, no meu perfil de Instagram, ehehe) e a companhia está sempre a um “click” ou a um “olá” de distância, as pessoas é que complicam o que é fácil.
8. Lugar preferido em Portugal
A resposta é algo subjetivo, mas para mim é cidade do Porto, uma cidade verdadeiramente mágica com uma hospitalidade imbatível.
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