Durante muito tempo, a monarquia no Ruanda foi nómada, deslocando-se, juntamente com a sua corte, de um ponto para outro do país. Quando finalmente se instalou num só local, Nyanza foi a escolha óbvia. A capital do reino tinha cerca de 2.000 habitantes e cabanas construídas com os mesmos métodos que hoje podemos ver na Vila do Palácio do Rei, um lugar para descobrir a antiga cultura ruandesa e as suas tradições, incluindo uma curiosa, que consiste em cantar para as vacas.
É uma espécie de museu vivo, ao ar livre, que inclui uma reconstrução da tradicional residência real ruandesa em Nyanza — o antigo coração do país e palco, segundo a tradição oral, de muitas batalhas e lutas pelo poder.
Um guia conduz-nos pelo recinto e apresenta-nos primeiro o Palácio do Rei, uma habitação de colmo, construída em forma de colmeia. O interior é muito bonito e tem uma luz suave. Alguns objetos na sala mostram o melhor do artesanato local e na parte traseira existe um pátio onde vivem alguns animais, nomeadamente bovinos, de chifres longos, da raça Inyambo.
Descendentes do rebanho do rei, estes animais são tratados como um tesouro porque sempre desempenharam um papel importante nos desfiles de homenagem à realeza.
O Ruanda deixou de ser uma monarquia em 1962, ano em que conquistou a independência do domínio colonial, mas a criação e a preparação dos Inyambo ainda se realiza sob a responsabilidade do Conselho de Agricultura do Ruanda.
No passado, durante as cerimónias oficiais, as vacas, impecavelmente limpas, eram decoradas com joias e treinadas para se mexerem de acordo com os movimentos dos treinadores durante os diferentes desfiles. Na Vila do Palácio do Rei, ainda é possível assistir a este processo que mantém viva uma tradição única, cujo aspeto mais curioso se traduz nas bonitas canções que os tratadores cantam aos animais.
Outras manifestações culturais, como danças e preparação de ingredientes usados na cozinha tradicional, também são apresentadas aos visitantes.
O vizinho Museu Etnográfico de Huye que abriga uma das melhores coleções etnográficas de África, faz uma boa combinação com a visita ao Vila do Palácio do Rei, complementando perfeitamente esta bonita experiência cultural.
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