A primeira vez que a visitei (há quase 20 anos atrás), cheguei à cidade de comboio e a um domingo. Havia poucas pessoas na rua e a estação central tinha um ar tão sombrio que me senti com pouca coragem de explorar o resto da cidade, lembro-me que só dei uma volta (muito) rápida e voltei para Roma, onde na altura estava hospedada.

Uns anos mais tarde, convencida pelo meu namorado de que valia a pena conhecer esta cidade italiana, voltei a Nápoles e aí a experiência foi de tal modo diferente que me apaixonei (por ele e pela cidade).

Descobri nessa viagem e nas posteriores (sim, porque já voltei mais vezes) que não é por acaso que chamam a Nápoles “a Grande Dama”. Este é um lugar caótico, mas cheio de personalidade,  surpreendente e intenso, onde a modernidade e a história misturam-se em todas as ruas.

Nápoles pode não ser uma cidade para os fracos de coração mas tem atrações suficientes para ocupar qualquer visitante: a melhor pizza do mundo, ilhas ensolaradas, ruínas históricas e um vulcão — o lendário Monte Vesúvio — são apenas algumas.

Uma visita à cidade pode começar pelo Castel dell'Ovo, o mais antigo elemento defensivo de Nápoles. Foi construído no início do século VI a. C e é uma estrutura fantástica de explorar. No seu interior encontramos uma exposição permanente sobre a história do castelo e várias exposições temporárias de arte.

Nápoles
Castel dell'Ovo créditos: Travellight e H. Borges

Ali perto encontramos o Porto de Nápoles — a histórica porta de entrada para o Mediterrâneo. É daqui que saem os barcos para Capri, Ischia e outros destinos populares, por isso, é um lugar super movimentado.

Estende-se do Castel Nuovo até à Piazza San Giovanni Battista com belas vistas para a baía e para o Vesúvio.

Lungomare, o passeio marítimo próximo do porto, é um ótimo lugar para experimentar a famosa culinária de Nápoles porque está repleto de restaurantes e cafés.

Localizado nas proximidades da famosa Piazza del Plebiscito, o Castel Nuovo é um dos principais locais históricos de Nápoles.

Criado em 1282, o castelo possui cinco torres circulares e um fantástico arco triunfal que foi adicionado numa data posterior. Subam as muralhas do castelo para ter uma vista deslumbrante de Nápoles e do seu porto.

Sigam depois até à Piazza del Plebiscito — a praça principal de Nápoles, onde vão encontrar o Palazzo Real, o Palazzo Salerno, a Basílica de San Francesco, o Palazzo della Prefettura e ainda uma estátua dedicada a Carlos III de Espanha.

Façam uma visita ao Palazzo Reale. É um edifício maravilhoso e o seu interior está bem preservado. Prestem também atenção à sua fachada: as 12 estátuas que ali estão, representam os antigos reis de Nápoles.

A próxima paragem deve ser o Centro Histórico de Nápoles.

O coração da cidade velha remonta a 470 a. C., é Património Mundial da UNESCO e tem muitas atrações incríveis, incluindo três enormes castelos, um palácio real, igrejas, catedrais e galerias comerciais.

A rua principal que divide o centro histórico chama-se Spaccanapoli ou Via San Biagio dei Librai. É um lugar animado, sempre cheio de gente, de onde saem uma série de ruas estreitas e sinuosas que levam a igrejas, lojas e outros edifícios históricos.

Das atrações principais destacam-se o Mosteiro de Santa Chiara, Piazza San Domenico Maggiore e Capela de Sansevero, Igreja de San Lorenzo Maggiore e a Catedral de Nápoles (também chamada Catedral del Duomo).

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Catedral del Duomo créditos: Travellight e H. Borges

Datada do século XIII, a Catedral del Duomo merece mesmo uma visita. É uma magnífica estrutura, localizada na Via Duomo, que combina uma infinidade de estilos — gótico, renascentista e barroco —  em virtude das constantes restaurações e acrescentos feitos ao edifício desde a sua construção inicial.

No corredor sul encontra-se a sumptuosa capela de San Gennaro, santo padroeiro de Nápoles. No seu altar principal existe um busto de prata que contém o crânio do santo, que foi martirizado em 305, no tempo de Diocleciano.

Sob o altar-mor, e na área arqueológica subterrânea, é possível ver a Basílica Santa Restituta — a igreja mais antiga de Nápoles, originária do século IV e que ao tempo da edificação da Catedral foi integrada nesta.

Outra igreja de Nápoles que merece uma paragem é a Cappella Sansevero. Fica localizada no centro de Nápoles, não muito longe do porto e do Castel Nuovo. Foi edificada em 1590, e pertencia ao duque de Torremaggiore.

Embora seja bastante simples e despretensiosa do lado de fora, o seu interior é bastante rico e interessante, com um fresco magnífico a adornar o teto e uma enorme quantidade de obras de arte e várias esculturas famosas.

Merece igual destaque a Igreja de San Domenico Maggiore.

Esta igreja foi fundada por frades dominicanos e  construída em 1324. Está localizada no centro da cidade velha de Nápoles, perto da universidade e está repleta de obras de arte renascentista e esculturas. O teto dourado e o altar-mor são particularmente impressionantes.

Quem gosta de arqueologia e história não pode deixar de visitar as Catacumbas de San Genaro. A entrada para este lugar sobrenatural fica perto da Basílica dell'Incoronata Madre del Buon Consiglio, na parte norte de Nápoles.

Este mundo subterrâneo secreto contém uma enorme quantidade de detalhes e passagens, frescos, obras de arte, sepulturas e criptas que remontam à história antiga. Uma visita guiada às catacumbas de San Genaro proporciona uma experiência memorável e uma interessante visão sobre o passado  de Nápoles.

O distrito de Santa Lucia é o lugar ideal para conhecer Nápoles de uma perspetiva mais local.

Localizado a oeste da Piazza del Plebiscito, este distrito tem uma infinidade de ruas estreitas onde podemos experimentar a vida napolitana no seu melhor. Há muito movimento, vespas a passarem por entre as pessoas, roupa lavada pendurada nos estendais e crianças despreocupadas a brincarem na rua... É Nápoles no seu melhor!
Não faltam também lojas de artesanato, padarias e pequenos cafés, cheios de delícias. É um lugar muito colorido.

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Santa Lucia créditos: Travellight e H. Borges

Nápoles tem vários museus mas o mais importante é o Museu Arqueológico.

Situado num belo edifício da década de 1750, que antes funcionou como um quartel militar e de cavalaria, este museu, localizado a norte do porto de Nápoles, possui uma das melhores coleções de antiguidades do mundo, com uma grande variedade de artefactos romanos e gregos, além de obras, como estátuas e mosaicos, recuperadas em Pompeia e Herculano.

O museu tem ainda em exposição as coleções de arte dos reis de Nápoles, as coleções de Farnese de Roma e Parma, as coleções dos palácios de Portici e Capodimonte e uma enorme coleção de objetos do antigo Egito, que inclui sarcófagos e máscaras mortuárias.

Quando o caos da cidade e o barulho do tráfego ficam muito intensos, há um lugar para onde os napolitanos gostam de escapar: a Villa Floridiana.

Situada no meio da colina de Vomero, esta villa, que hoje abriga o Museo Duca di Martina,  foi a casa de veraneio da duquesa de Floridia, Lucia Migliaccio, esposa do rei Fernando de Bourbon do reino das duas Sicílias.

A Villa tem um bonito jardim, um pequeno lago, um café e um miradouro com uma vista de tirar o fôlego.

Nas redondezas de Nápoles também há varias atracções que podemos visitar. As principais são o Monte Vesúvio (o único vulcão ativo da Europa continental), Pompeia, Herculano e a ilha de Capri.

Espero que tenham gostado desta visita virtual à bela Nápoles e que se um dia lá forem, gostem tanto desta cidade como eu.

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Artigo originalmente publicado no blogue The Travellight World