Situada bem a sul da Jordânia, a apenas 29 quilómetros da Arábia Saudita, Aqaba é um cidade costeira que olha directamente o Mar Vermelho que a separa de Israel (11 quilómetros ) e do Egipto (quilómetros). Para além da sua localização estratégica em termos comerciais (Aqaba é o único porto marítimo do país), é ainda conhecida como estância balnear e pelo potencial para mergulho, localizando-se aqui vários resorts erguidos sobre a praia. Encontra-se também a apenas 70 quilómetros do deserto de Wadi Rum, sendo ponto de partida ou de chegada de muitos turistas.

O primeiro dia é assim dedicado a conhecer as suas ruas, a marina, a marginal e a usufruir um pouco das piscinas do hotel, o InterContinental Aqaba. A cidade é limpa e cuidada, com várias palmeiras distribuídas pelas zonas principais e que contrastam com o ocre das montanhas que a protegem em segundo plano.

Ao fim do dia, saio para jantar num dos restaurantes das avenidas nobres e para uma primeira experiência da comida local — tudo servido com rapidez, sabor e boa confecção. Dirigimo-nos a uma farmácia para adquirir um esquecido protector solar e, em pouco tempo, sou testemunha da maior hospitalidade jordana: conversa puxa conversa, estabelecem-se pontes com o dono que rapidamente vira “guia turístico", oferecendo-nos as suas melhores sugestões e levando-nos ainda a uma festa que decorria numa das suas farmácias. Mohammed (que é palestiniano, já residiu no Qatar e Kuwait e que voltou para cuidar da mãe, agora em Amman) fala da vida dificil dos jordanos, num país onde o ordenado mínimo são apenas 323 euros.

A viagem continua no dia seguinte para norte ao longo do rift (Wadi Araba) que nos leva a Kerak e ao seu castelo, edificado pelos Cruzados em 1132. Esta fortaleza no topo da montanha, a 930 metros acima do nível do mar com vista privilegiada sobre as terras circundantes, foi durante décadas usada para vigiar eventuais avanços dos beduínos assim como para controlar as rotas comerciais que seguiam desde a Síria para o Egito e para a Arábia Saudita. Hoje em dia é possível percorrer tanto o seu exterior quanto interior, onde se destacam torres rectangulares em vez de redondas, enormes corredores, salas e cavalariças. É possível ver os acessos ao espaço vigiados pela polícia, talvez na sequência do ataque terrorista de 2016 reclamado pelo Estado Islâmico. Contudo, a Jordânia é um país bastante seguro (figurando na 58º posição de 130 no Índice Global de Terrorismo de 2016) e este não passou de um evento isolado.

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