Situado entre as províncias de Messina e Catânia, possui 3350 metros de altitude e uma extensão total na base do vulcão de 1190 Km2, com uma circunferência de 140 km, praticamente três vezes superior à do vulcão Vesúvio, um dos mais mortíferos do mundo, responsável por "apagar" do mapa as cidades de Pompeia e Herculano. Apesar de superior em dimensão e atividade, o vulcão Etna, não oferece grande preocupação às populações circundantes, dado que a maior parte das erupções registadas são praticamente inofensivas.
Pelo contrário, traz até algumas vantagens, nomeadamente a fertilidade dos solos circundantes, bastante propícios à agricultura, sendo bastante afamado o vinho e o pistáchio de Bronte, uma localidade no sopé do vulcão. Outra vantagem é o espectáculo que proporciona durante as erupções, com a lava incandescente a descer a montanha como fogo no meio da noite. É algo digno de registo que deveria ser experienciado pelo menos uma vez na vida (ao longe, vá). Nós já tivemos esse privilégio e, acreditem, é inesquecível.
Uma viagem à Sicília implica "obrigatoriamente" uma visita ao Etna, contudo há diferentes tipos de visitas, conforme a experiência que pretendem.
O vulcão é composto por várias crateras, algumas impossibilitadas de serem visitadas devido à atividade vulcânica. As crateras Silvestri, inativas desde 1892, encontram-se a 2000 metros de altitude, no ponto mais alto onde é possível aceder de carro. São de fácil acessibilidade e podem ser exploradas à vontade, por conta própria ou em excursão com guia, conforme a preferência do turista.
As duas melhores opções para lá chegar são o aluguer de carro ou a reserva de excursão a partir de alguma cidade próxima, nomeadamente Catânia ou Taormina, uma vez que os transportes públicos até lá acima são escassos e os horários bastante limitados.
Dos 2000 metros para cima, ficam as crateras Sommitali, ainda ativas, o que faz com que aqui não haja margem para escolha, pois só podem ser visitadas com guia, numa viagem que vos custará 60€. Primeiro serão transportados de teleférico até aos 2500 metros (numa viagem que pode, por vezes, ser um pouco turbulenta) e a partir daí seguirão de carrinha até aos 2900 metros, o ponto mais alto onde é permitida a visita. Se tiverem a "sorte" de conhecer este fenómeno da natureza numa das suas erupções, como nós tivemos, a viagem ganha outra adrenalina. Uma neblina misteriosa por toda a parte e ruídos de explosões ocasionais conferiram um ar mais dramático à cena.
Seja qual for a vossa preferência de visita, não deixem de lá ir. Mas preparem-se com roupa bem quente, pois, ao contrário do que seria de esperar num vulcão, faz bastante frio, é possível até que esteja a nevar. Não façam como alguém que eu conheço que foi de calções e blusa, ou como outro alguém que eu conheço cujo único casaco que levou na mala foi um blazer. Bom, pelo menos estilo não faltou.
E, quando o final do dia chegar, mimem-se com um bom vinho do Etna à beira-mar, para aquecer o corpo e a alma.
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