Penso que a seguir a Mrauk-U, no Myanmar, este é o sítio menos turístico onde já estive. Turistas do ocidente vi uns 7 em 3 noites que estive na ilha de Con Dao, a única habitada do arquipélago. As outras são ilhas desertas, sem a presença humana. A Natureza reina.
Existe um único local para marcar tours, para verem o quão turístico é, e uns 4 restaurantes com oferta de comida ocidental.
Para lá chegar, apanho um ferry rápido que demora cerca de 3h para chegar à ilha. Existe uma outra opção mais lenta, de cerca de 10 horas, mas também muito mais acessível. Este ferry sai de Vung Tau em direção a Con Dao uma vez por dia e o mesmo de lá para o continente. Mas também é possível acessar a ilha de avião, já que tem um aeroporto. Descobri aquando da minha estadia lá, que existe na ilha um resort caríssimo com praia privada onde até a Angelina Jolie e o Brad Pitt já estiveram. Não me admira, este sítio é tão pouco turístico que deve ser um ótimo escape para famosos…
Se a vontade for relaxar, este é o sítio para tal. Não se passa nada nesta ilha, nem trânsito. Poucos veículos se vêem a circular na rua e muita construção se vê a ser feita. Penso que esteja a tentar desenvolver-se para atrair mais turismo. O silêncio reina em grande parte da ilha e andar na rua também é muito apetecível.
No primeiro dia exploro a zona ao pé do único hostel que existe. Caminho até Bai Lo Voi que é uma praia deserta. Não vejo lá ninguém, exceto uns pescadores que partem para o mar nos seus barcos. Aqui a areia dá lugar à floresta que engole um pouco do areal com as suas trepadeira a crescerem quase até encontrarem a água. Nunca tinha visto uma praia assim e esta encantou-me bastante. A floresta é encantadora, com árvores de formas místicas e um chão que parece almofadado. Crescem intermitentemente umas ervas aqui e ali que dão à paisagem um carácter único. Os sons são intrigantes. Não consigo ver nenhum criatura, mas ouço vários sons e vejo alguns répteis diferentes do que já tinha visto. É um sítio encantador e super relaxante para um passeio.
A areia é meio acinzentada e parece algodão. A cada passo que dou, a areia é tão fofa que o meu pé se enterra. Também nunca tinha andado em areia assim. E é aqui que um fenómeno estranho se dá. Assim que piso a areia e ando junto ao mar, sou perseguida por libelinhas. Cheguei a ter umas 30 em meu redor! Não sei se estavam a comer algum inseto que se faz ver por eu andar, mas algo estava a acontecer. Confesso que fiquei um bocado assustada. Pensei nas moscas da areia, e se fosse esse o caso estava tramada pois bem vi como uma amiga ficou depois de ser picada por estes insetos. Sei que não se vêem, portanto, depois de pensar nesta teoria, até fiquei mais descansada de ver aquelas libelinhas todas a seguirem-me. Eram os meus guardiões… Esta teoria fez ainda mais sentido assim que as libelinhas me deixaram em paz quando entrei para a floresta e já não pisava areia.
Também visitei a praia mais perto do centro pensando que iria encontrar muitas pessoas a banhos, mas nem por isso. A praia tinha meia dúzia de pessoas vestidas já que os vietnamitas abominam pele ao sol. Apesar de não se ver turistas ocidentais e de eu ser a única que veio naquele barco, o ferry estava lotado de vietnamitas, portanto achei que iria encontrar vários nas praias, mas nem por isso.
Sabia que aqui era possível ver tartarugas marinhas a desovar nesta época do ano e queria muito assistir ao evento que se dá numa das ilhas que não é habitada. Para lá ir tem de ser com um grupo, portanto dirijo-me ao único sítio que tem tal oferta. A tour que inclui uma noite na tal ilha fica por mais de 100€ dependendo do número de pessoas do grupo. Como não há mais ninguém, não a fiz, pois achei que o preço era exagerado. No entanto, deve ser uma experiência única!
Existem outros tours a outras ilhas que são melhores para snorkeling ou ver tartarugas ou tubarões, mas como só há um operador achei tudo muito caro… Tudo o que explorei na ilha foi por conta própria e não me arrependi. Normalmente aluga-se uma mota e explora-se a ilha desta forma, mas não o fiz. Existem alguns caminhos na floresta, alguns museus e locais com história para visitar na própria ilha e é por aqui que fico. No dia seguinte vou explorar o Parque Nacional de Con Dao a pé.
Comentários