O autocarro deixa-nos num sítio nada longe do local onde vamos ficar, ainda assim andar 30 minutos com sono, fome, malas às costas com o calor que já se faz sentir não parece boa ideia. Normalmente, o que faço depois de uma noite passada num autocarro é mesmo dormir umas horas.
No Vietname costumo movimentar-me com Grab, uma aplicação do género da Uber. No entanto ela funciona melhor em cidades grandes onde a oferta é muita e Hue não é propriamente muito grande. Não consigo chamar um condutor, mas existe um táxi ali no local.
Pergunto o preço para nos levar até ao hostel. Não me agrada e regateio para metade. O taxista não aceita, abre a porta do carro e dá à chave. Não há mais nenhum outro táxi à vista, portanto se não formos com este, vamos ter de arranjar outra solução que provavelmente seria andar… No entanto, o taxista estava só a fazer o seu jogo, acabando por ceder no preço. Muitas vezes é assim que se deve proceder, eles fazem-se de difíceis, mas se não cedermos primeiro eles acabam por ceder. Isto não só com táxis, mas com tudo no Vietname: frutas, souvenirs, em todas as lojas locais, basicamente.
O lugar que mais tenho interesse em visitar é mesmo um parque de diversões abandonado. O parque está fechado e tem um segurança à entrada, mas acontece que ele viu aqui uma oportunidade de negócio para meter algum dinheiro ao bolso e cobra entrada a turistas para que possam aceder ao local e mostra-nos a direção a seguir.
A entrada é barata, nem a um euro chega, mas o parque acabou por não ser tão interessante quanto estava à espera. A principal atração é um dragão de vários metros de altura, é imponente, mas de resto, o local não tem muito mais para ver além de alguns escorregas abandonados e um campo que parece uma zona de espetáculos com plateia. Ainda assim, vale o passeio pela mata já bem seca devido à estação quente.
De resto, Hue é uma cidade para visitar templos e túmulos. Na verdade existem 7 túmulos reais espalhados pela cidade, todos envoltos de grandes complexos com várias estruturas em redor.
Visitamos apenas um, o túmulo de Tu Duc, que nos levou a tarde quase toda a visitar. Não só porque o complexo tem imensa coisa para ver, mas também porque estava tanto calor que a moleza apodera-se do corpo. Andar 5 minutos e parar outros 5 foi inevitável. Muitas vezes também parávamos ao pé de guias para ouvir as explicações que davam aos seus grupos.
Ainda demos uma volta pela zona para encontrar um túmulo abandonado no meio das árvores e floresta. Bem encantador, de pequeno não tem nada e a forma como está envolvido na floresta dá-lhe um carácter místico. Cruzamos uma mão de pessoas na caminhada para lá. Não lá vão muitos turistas pois os olhares denunciam isso mesmo.
Durante o fim de semana, na rua dos mochileiros, ou perto, a animação noturna é evidente. Vietnamitas cantam no meio da rua enquanto se forma um círculo à sua volta para apreciar a sua arte. Imensos cheiros se misturam no ar, pois várias bancas vendem comida de rua. Não faltam lojas com souvenirs.
No meio desta algazarra, somos abordadas por jovens vietnamitas ansiosos por pôr em prática o seu inglês. São tímidos mas lá tentam uma conversa. Ficamos vários minutos entre questões mais básicas para terminar com uma sessão de fotos. Ao que parece são um grupo de estudantes de inglês e a sua mentora que ao fim de semana se deslocam a esta rua à procura de estrangeiros para praticarem a sua pronuncia inglesa. Isto é um pouco comum por todo o Vietname.
E assim foram passadas duas noites em Hue, uma cidade acolhedora e até pacífica, mas que acabei por não achar assim tão interessante, apesar de ser uma cidade com muita, muita história. Acredito que é uma cidade para visitar com guias, pois, do pouco que ia ouvindo à socapa, esta cidade guarda histórias bem interessantes.
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