Colombo foi o primeiro lugar que visitei no Sri Lanka e foi um excelente cartão de visita para tudo aquilo que me esperava neste país.

Autêntico caldeirão de raças, religiões e culturas, Colombo é a capital e a maior e mais populosa cidade do país. É caótica, como são a maioria das metrópoles asiáticas, mas vale bem a pena conhecer, mesmo que apenas por alguns dias, até porque quase todas as viagens ao Sri Lanka começam e terminam aqui (o aeroporto internacional fica a cerca de 45 minutos do centro da cidade).

Durante muitos anos, Colombo foi um importante centro de comércio no Sri Lanka. A “Taprobana" de Camões, mais tarde conhecida por Ceilão, era mítica pelas suas especiarias — sobretudo a canela — e os portugueses, em 1505, foram os primeiros europeus a desembarcar na ilha e a transformar Colombo (nome herdado do cingalês "kolon thota”) numa base fortificada e porto, para estender o seu controle ao interior da ilha.

Desses tempos de presença portuguesa ficou uma pequena comunidade cristã e a cidade de Galle, a cerca de duas horas e meia de Colombo, cujo nome terá tido origem nos galeões portugueses, ou nas "galés", ou ainda no "galo" português.

Galle, Colombo, Jafanapatão, Negumbo, Baticalo e Tricomalee foram as mais importantes feitorias criadas durante os 150 anos de colonização portuguesa, mas é nos apelidos de mais de metade da população, como “Fernandes”, “Silva”, ou “Fonseca”, que essa herança histórica marca presença na atualidade. Aí, e no crioulo, dialeto local falado por uma comunidade de milhares de pessoas que teve como origem a presença dos portugueses no país.

É extraordinário estar tão longe de Portugal e ouvir os locais a usarem palavras como “fome”, “nariz” ou “sumana” (semana)!

Apanhar um tuk-tuk é a melhor maneira de nos deslocarmos pela cidade e visitar todas as suas atrações sem grandes preocupações. É barato e está sempre disponível. Podemos usar a Uber, mas no Sri Lanka usa-se mais a aplicação PickMe (disponível para Android e iPhone) para reservar o transporte em tuk-tuk.

Eu comecei a minha visita pelo mercado Pettah e descobri que é o local perfeito para “cair de cabeça” no ambiente agitado e louco da capital do Sri Lanka. São ruas e ruas cheias de lojas, vendedores de rua e barraquinhas onde podemos sentir o cheiro das especiarias e provar a comida local.

Dali segui para Jami UI-Alfar — a mesquita vermelha. É uma das mesquitas mais antigas de Colombo e um importante marco da cidade. Com a sua beleza, cor vermelha forte e arquitetura deslumbrante é difícil passar despercebida.

A entrada é gratuita, mas como em todos os lugares de culto, devemos ter respeito e seguir as instruções para visitar o local sem ofender ninguém — tirar os sapatos na entrada, cobrir pernas e ombros e, no caso das mulheres, cobrir o cabelo com um lenço (a mesquita disponibiliza umas capas com um capuz para quem não for preparado). O topo da mesquita, só pode ser acedido se formos com um guia turístico.

 Sri Lanka
créditos: Travellight e H. Borges

O Sri Lanka é uma mistura de culturas, por isso, não é incomum ver um templo budista ao lado de uma mesquita ou de um templo hindu. É uma combinação que nem sempre trouxe bons resultados e até já foi motivo de confrontos sérios entre comunidades… mas a verdade é que dessa amálgama de gentes nasceram também lugares como o Templo Gangaramaya e o adjacente Templo Seema Malakaya — autênticos oásis de paz no coração da frenética Colombo.

É um mundo completamente diferente, onde o tempo parece correr mais lento. Mistura a arquitetura do Sri Lanka com a arquitetura tailandesa, chinesa e indiana. Não é apenas um local de culto, que atrai muitos fiéis em oração, mas também um local de aprendizagem para novos monges.  A entrada é gratuita, mas uma pequena doação para o templo, é bem vinda.

Podem ler mais sobre o Templo Seema Malakaya aqui.

O Sri Kailawasanathan Swami Devasthanam Kovil é outro templo, este hindu, que vale a pena visitar em Colombo. É o templo hindu mais antigo da cidade e como os demais, destaca-se pelas suas belas cores.

Colombo
créditos: Travellight e H. Borges

De tuk-tuk chegamos rápido a algumas atrações mais afastadas do centro, como a estátua do Buda Avukana, uma obra prima com 40 metros de altura, réplica do original que está em Anuradhapura. Fica localizada em frente ao Memorial Bandaranaike International Conference Hall. É verdade que é só uma réplica, mas ainda assim impressiona e permite a quem não tem tempo de visitar as ruínas do templo de Anuradhapura, ficar com uma ideia deste importante marco.

Cerca de dois quilómetros a sudeste do centro da cidade, descobri os Cinnamon Gardens (jardins de canela), um dos bairros mais bonitos de Colombo.

O nome “Cinnamon Gardens” vem das antigas plantações de canela da região, um dos principais produtos exportados pelo Sri Lanka  para o resto do mundo, antes do sucesso das plantações de chá.
Neste bairro encontramos o Memorial Independence, um interessante monumento construído para comemorar a independência do Sri Lanka dos britânicos.

É uma espécie de enorme salão aberto, baseado na arquitetura do Audience Hall (Magul Maduwa) localizado em Kandy. A coluna e os pilares são decorados com desenhos tradicionais do Sri Lanka e há estátuas de leões a rodear todo o edifício. No piso inferior do memorial há um museu que exibe estátuas dos heróis nacionais que contribuíram para a luta pela liberdade do governo britânico.

Sri Lanka

Galle Face Green é um magnífico parque urbano com um enorme paredão, uma zona verde e praias onde podemos passear, fazer um piquenique e relaxar um pouco. É um daqueles lugares onde podemos “desligar” e desfrutar de uma vista incrível sobre o Oceano Índico. Principalmente ao pôr do sol.

Para um jantar mais especial podemos ir até ao Antigo Hospital Holandês de Colombo, agora um moderno centro comercial, cheio de lojas e restaurantes ou até à Lotus Tower, um imponente edifício em forma de flor de lótus, que rasga os céus de Colombo com os seus 350 metros de altura. Abriu as suas portas em setembro de 2019 e hoje é a segunda torre mais alta do sul da Ásia.

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