O Lago de Atitlán é um dos lagos mais importantes da América Central e umas das atrações turísticas mais importantes na Guatemala. É formado por três dos 37 vulcões que este país tem: o Vulcão San Pedro, Atitlán e Tollimán.

O povo guatemalteco é, proveniente da civilização Maya, e foi em 1524, com a chegada dos Espanhóis, na época colonial, que surgiu a introdução à religião católica.

Conhecer e entender a cultura guatemalteca através da doutrina católica

Para mim, esta é a razão por este povo ser tão educado, atencioso e lançar-te um “buenos dias” mesmo sabendo que és “gringa” (forma como tratam os estrangeiros) porque assim o fariam com qualquer outra pessoa da sua comunidade.

São ainda um povo com acesso limitado à educação e à informação, motivo pelo qual têm muitos filhos. Mas, na minha opinião, também estão inerentes os mandamentos do catolicismo: “A igreja não educa para a contraceção mas para a regulação natural. A contraceção implica uma visão redutora do homem, da sexualidade, da própria vida que é vista como uma ameaça e de Deus”.

Acreditam que têm trabalho porque foi um “regalo” de Deus e, quando estão gratos por algo, desejam o mesmo para ao próximo dizendo “que Dios te bendiga”.

“Guardar domingos e festas de guarda” é o terceiro tópico da introdução doutrinal, e, mesmo contra todas as dificuldades económicas, reservam a véspera e o dia de Natal para o praticar em família. Cozinham tamale, tortilhas, atol de elote, e peru recheado e partilham com a vizinhança praticando outra da doutrina católica, “fazer o bem e evitar o mal”.

Guatemala
créditos: Pixabay

O tamale é um prato cozido a vapor da cultura Asteca que pode ser de carne, queijos, fruta ou legumes e a sua grande particularidade é que é servido dentro de uma folha de milho, mandioca ou yuca, bananeira ou abacate. Atol de Elote é um doce feito com milho e assemelha-se muito ao arroz doce.

“Honrar pai e mãe” (e os outros legítimos superiores). Nesta doutrina está presente o mais puro da cultura. Pelas ruas veem-se meninos de mochila às costas, sem transportarem os esperados livros, mas sim uma caixa de engraxador de sapatos para ajudarem os seus pais e contribuírem para o sustento do lar. Ou, a título de exemplo, vemos mães que se dedicam ao artesanato.

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créditos: Pixabay

Posteriormente, estas colocam as peças de artesanato em cestas e distribuem-nas pelos seus filhos, ensinando-os como praticar o ofício de feirante, para que possam ajudar na venda e comercialização dos produtos feitos pelos seus progenitores. Ou ainda, por exemplo, pais jovens que ensinam como amarrar a corda do barco, ao seu filho, também ele, um jovem com apenas 10 anos.

Honram a sua cultura na maneira tradicional e única como se vestem nos dias de hoje, usando os têxteis que a sua terra produz, bem como no uso da língua que os seus antepassados Maya lhes deixaram como testemunho. Desde crianças a idosos, todos falam Maya (um dos 22 idiomas que o país tem) e o espanhol, como língua oficial.

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créditos: Margarida Coelho

“Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo)”. É muito pouco comum ver-se, por exemplo um homem ou uma mulher a fumar. Este aspeto está relacionado com o facto de a igreja incentivar a comunidade a não praticar vícios.

Assim foi o meu Natal, a observar como se comporta a cultura guatemalteca no seu dia a dia.

Com todas estas particularidades e factos, e também com base na minha experiência direta, considero que a Guatemala é um país seguro para se visitar como “female solo travel”, em casal ou em grupo.

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