Um monumento no distrito alentejano de Portalegre e dois na Estremadura espanhola vão ter iluminação ao abrigo de um projeto transfronteiriço, que ascende a 1,74 milhões de euros, para promover o turismo cultural noturno.

O projeto “Ilumina” vai envolver o Castelo de Ouguela, no concelho de Campo Maior, distrito de Portalegre, assim como a Ermida de Nossa Senhora de Carrión, em Albuquerque (Badajoz) e o Castelo de Valência de Alcântara (Cáceres), na Estremadura espanhola.

Trata-se de uma iniciativa transfronteiriça, apresentada hoje em Campo Maior, que visa promover o turismo cultural noturno, realçando o valor do património histórico e natural da eurorregião composta pelo Alentejo, Centro e Estremadura espanhola (EUROACE), indicaram os promotores.

O objetivo passa por oferecer, nestes “três elementos patrimoniais icónicos” da Eurorregião EUROACE, “uma experiência turística diferenciada, capaz de atrair visitantes durante todo o ano”, realçaram os promotores.

Liderado pela Fundação Iberdrola Espanha, o projeto tem como parceiros a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), a Direção-Geral de Turismo da Estremadura ou o Cluster de Turismo dessa região espanhola.

Os municípios de Campo Maior e Valência de Alcântara e a Irmandade de Nossa Senhora de Carrión são também parceiros.

O “Ilumina” é financiado “em 75%” pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Interreg Espanha-Portugal (POCTEP), cabendo a restante verba à Fundação Iberdrola Espanha.

Na cerimónia, Ramón Castresana, diretor da Fundação Iberdrola Espanha, disse que este é “um projeto transfronteiriço muito interessante tanto para Espanha e para Portugal”, como para e empresa e a sua fundação, que “têm um compromisso com a arte e a cultura”.

Já o presidente da ARPTA, Vítor Silva, salientou que o projeto representa a “valorização turística” do património, a qual é “fundamental” para promoção daquele território.

Na aldeia de Ouguela, residem atualmente cerca de 60 pessoas, indicou o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, que afirmou que o município tem efetuado, nos últimos anos, obras no castelo.

Este novo projeto, por isso, é “mais um fator importante” para impulsionar o turismo naquela aldeia, vincou o autarca.

José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, considerou a iniciativa “uma oportunidade para refletir, desenhar, estruturar e promover um Destino Turístico Cultural Noturno, assente na valorização sustentável de roteiros iluminados no território transfronteiriço”.

“O seu objeto, as fortalezas da raia, são hoje um elo de ligação do passado, entre Portugal e Espanha, que perspetivam no futuro estimular o encontro de culturas, a materialização de estratégias inovadoras de iluminação patrimonial e de inclusão social”, argumentou.

Em comunicado, a ARPTA explicou que o “Ilumina”, que deverá ficar concluído em junho de 2026, pretende “reforçar os valores culturais e ambientais como motores do desenvolvimento económico da região, promovendo o turismo sustentável e combatendo a desertificação das áreas fronteiriças”.