“Com este projeto, queremos associar os insetos à vida diária das pessoas, queremos aproximar os insetos das pessoas e, em simultâneo, dar a conhecer que este grupo é o mais importante em número de espécies endémicas da Madeira”, explicou Dora Aguin Pombo, docente da Universidade da Madeira.
A iniciativa “Insetos da Madeira” associa a aplicação internacional iNaturalist à plataforma nacional Biodiversity4all, permitindo que qualquer pessoa – local ou turista – possa carregar fotos relacionadas com o tema, disponibilizando assim dados para a investigação científica, nomeadamente coordenadas geográficas, datas e locais.
“No fundo, é um projeto de ciência cidadã, em que nós utilizamos a participação da comunidade local de forma voluntária para ajudar a obter grandes quantidades de dados, que depois podem ser tratados na investigação”, explicou o biólogo Hugo Silva, coordenador do projeto.
A iniciativa visa também potenciar um nicho de mercado “quase inexplorado na região”, ao nível do ecoturismo e do turismo de natureza.
“Comparando com a flora e com outros grupos de animais, os artrópodes – onde estão incluídos os insetos – têm um grande número de espécies e de endemismos na Madeira”, sublinhou.
Dora Aguin Pombo reforçou, por seu lado, a importância dos insetos no bem-estar das pessoas, vincando que o projeto visa também sensibilizar a comunidade para esse facto.
“A maior parte das pessoas pensa nos insetos negativamente, que nos transmitem doenças, que são pragas, sempre há uma conotação negativa e todos os aspetos positivos em que eles contribuem para a nossa vida [sobretudo como polinizadores] são desconhecidos”, disse.
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