Zdenek Hrib, presidente da câmara de Praga, eleito pelo liberal Partido Pirata checo, partilhou no Facebook a sua posição em relação ao Airbnb (e todas as plataformas de alojamento temporário):
"O Airbnb em Praga é um problema", diz na publicação, acrescentando que a plataforma Airbnb usa 11500 apartamentos no centro da cidade. "Airbnb oferece capacidade ilimitada de alojamento em Praga, numa época em que o centro da cidade está cada vez mais preocupado com o excesso de turismo".
Apolena Rychlíková, cineasta e jornalista que fez campanha contra o crescimento de arrendamento a curto prazo, saudou a posição da autarquia, "depois de cinco anos a ignorar o problema". "Como moradora do centro de Praga, sinto-se como um estranho na minha cidade todos os dias. E eu não estou sozinha", acrescentou, citada pelo The Guardian.
Em conversa com o Observer, Zdenek Hrib explicou que o objetivo é "devolver Praga ao povo de Praga" e diminuir os efeitos negativos do turismo. Hrib acrescenta que a cidade é atualmente "um hotel distribuído, onde não se respeita o conforto dos outros cidadãos da cidade, os residentes, e se procura o lucro às suas custas". O autarca acredita que a falta regulamentação está "a comer a cidade por dentro."
"Antigamente, era possível limitar a quantidade de turistas na cidade aprovando um certo número de hotéis com uma certa capacidade durante o processo de obtenção de licenças", disse Hrib. “Agora, em Praga, não há possibilidade da cidade limitar a capacidade de alojamento dos turistas. Os números são realmente críticos."
Praga recebeu quase 8 milhões de turistas em 2018 (para uma população à volta de 1,3 milhão). Os alojamentos Airbnb quase triplicaram em três anos, ultrapassando os 13 mil e oferecendo mais de 50 mil camas. O resultado foi um aumento do ruído e da perturbação para residentes, além dos preços de propriedades e das rendas a dispararem e a colocaram os moradores locais fora do mercado imobiliário.
Posto isto, Praga quer juntar-se à lista de destinos que se uniram para combater os efeitos negativos da entrada da Airbnb. Do grupo de cidades que reportaram o problema à União Europeia constam exemplos como Amesterdão, Barcelona, Berlim, Paris e Viena entre vários outros.
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