Os oficiais, que estavam a escoltar Yaqub Ahmed num voo de Heathrow para a Turquia, foram forçados a abandonar a deportação quando cerca de uma dúzia de turistas se apercebeu do que se passava e protestou para que o homem não fosse deportado nem "separado da sua família", segundo avança o Daily Mail

Quando os seguranças cederam e afastaram Ahmed, de 29 anos, do voo da Turkish Airlines, ele agradeceu aos que estavam a bordo pelo apoio, enquanto os passageiros aplaudiam.

O que os turistas, provavelmente, não sabiam é que o homem estava a ser deportado pois tinha sido condenado a 9 anos de prisão por violação violenta em grupo de uma adolescente, em Londres.

Segundo o que é relato pelo Daily Mail, Ahmed e outros três jovens atraíram uma jovem de 16 anos, que se tinha separado dos amigos durante uma saída à noite em Leicester Square, em agosto de 2007, para um apartamento no norte de Londres, dizendo que os amigos estavam lá à sua espera e foi aí que a violaram. No entanto, o grupo de jovens, entre os 18 e 20 anos, foi descoberto pelos vizinhos que, alertados pelos gritos da rapariga, chamaram a polícia. Todos os quatro homens negaram a violação, apesar das evidências de ADN. Foram considerados culpados em Wood Green Crown Court e cada um foi condenado a nove anos de prisão.

Ahmed terá, segundo o Daily Mail, recebido o estatuto de refugiado quando chegou ao Reino Unido, vindo da Somália, país devastado pela guerra. O homem cumpriu pouco mais de quatro anos e, por ter cometido um crime tão grave, recebeu ordem de deportação, o que o colocou num voo com destino a Istambul, na última terça-feira.  No entanto, a sua deportação foi, temporariamente, travada por um grupo de passageiros, que não queria que o homem fosse separado da sua família.

Acredita-se que Ahmed esteja, agora, num centro de detenção de imigrantes, enquanto as autoridades tentam colocá-lo noutro voo, mas esse processo pode levar meses, especialmente se os advogados usarem este adiamento para apelar contra a deportação.

Do grupo de detidos, Adnan Mohamud, também da Somália, recebeu o estatuto de refugiado no Reino Unido em 2002, e pensa-se que ainda estará em território britânico, enquanto o mais novo, Ondogo Ahmed, viajou para a Síria para se juntar ao Estado Islâmico, poucos meses depois de sair da prisão. Acredita-se que tenha morrido algumas semanas depois.

O Ministério do Interior costumava gastar milhões de euros por ano em voos particulares para transportar pessoas deportadas para os seus países de origem, mas devido aos elevados custo dos voos, agora são levados em serviços comerciais. No entanto, várias vezes os passageiros acabam por interferir na deportação. Em julho, uma jovem sueca travou a deportação de um afegão candidato a asilo. Um mês depois, um piloto da Turkish Airlines recusou-se a descolar de Heathrow depois de ter sido convencido de que o imigrante a bordo seria decapitado pelos talibãs se fosse deportado para o Afeganistão. A Virgin Airlines parou de ajudar na deportação de imigrantes ilegais, depois da pressão de ativistas.