Em declarações à Lusa à margem da apresentação do novo sistema, o presidente da NAV, Jorge Ponce de Leão, disse que o investimento tem também em conta a adaptação futura às exigências regulamentares que irão ser brevemente impostas pela União Europeia para aumentar os níveis de segurança.
“A empresa tem que se equipar para estar entre as melhores como sempre esteve”, disse, referindo que o investimento será financiado por recursos próprios da NAV.
O projeto, denominado Top Sky, que se encontra já em fase de testes, visa responder à procura atual, depois do aumento de cerca de 50% dos movimentos no aeroporto de Lisboa nos últimos cinco anos, em resultado da subida em 81% do número de passageiros.
Na apresentação do novo sistema, que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, o presidente aproveitou para chamar à atenção para a necessidade de se avançar com a localização efetiva da torre de controlo de Lisboa, prevista no investimento, para que se consiga cumprir os prazos definidos.
Questionado pelos jornalistas sobre o investimento, o governante disse ter recebido duas “boas notícias”: “A primeira é que a NAV tem um plano de investimentos ambicioso e adequado às necessidades de modernização tecnológica de todos os sistemas no prazo de cinco anos” e a segunda é que “em princípio isso não irá onerar o Orçamento do Estado porque haverá meios próprios para de ano a ano se ir financiando estes investimentos”.
Sobre a torre de Lisboa, segundo o secretário de Estado, as autorizações formais são da ANAC, mas o Governo tem vindo a acompanhar com grande proximidade com a ANA o processo.
"Neste momento há um diálogo entre a ANA e a NAV sobre as especificações técnicas da torre para definirem exatamente onde será implementada a Torre. São pormenores que, estou certo, de que não vão causar nenhum atraso, será localizado do outro lado da atual pista [do Aeroporto Humberto Delgado], junto à avenida Santos e Castro e junto aquele que será a localização do novo terminal militar", disse.
Sobre o projeto, Alberto Souto de Miranda destaca o aumento de capacidade de gestão de tráfego aéreo e a otimização dos meios existentes, aumentando muito a capacidade do aeroporto “que passa por uma solução integrada com o futuro aeroporto do Montijo que passará a permitir cerca de 72 movimentos por hora, 48 em Lisboa e 24 no Montijo, o que é um aumento “muito significativo”.
“Estamos a falar de uma modernização tecnológica absolutamente necessária, não é que o sistema atual não seja seguro, mas não tem as capacidades para se conectar quer aos sistemas europeus quer às novas possibilidades técnicas que têm vindo a ser desenvolvidas", acrescentou.
O novo sistema de gestão do espaço aéreo implicou a adesão da NAV à Aliança COOPANS, que integra os prestadores de serviços de navegação aérea da Áustria, Croácia, Dinamarca, Irlanda e Suécia.
Fonte: Lusa
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