Duas semanas de chuva devastadora em Queensland transformaram estradas em rios e inundaram centenas de casas. Vários rios transbordaram ao longo de centenas de quilómetros de costa, lançando sedimentos para os recifes e reduzindo significativamente a qualidade da água e a sua luminosidade.
Os cientistas temem que as águas carregadas de sedimentos possam estar a bloquear a luz e a "sufocar" os corais. "Os recifes de coral e a vegetação marinha precisam de luz para manter a saúde e o nível de crescimento", declarou a cientista Jane Waterhouse, da Universidade James Cook, à AFP. "Se isso continuar, não demorará muito para que esses sistemas morram", acrescentou a cientista.
Após o período de chuva, o tempo já melhorou, mas a água turva ainda não se dispersou por falta de vento.
"Geralmente, a ação do vento e das ondas pode dispersar as águas rapidamente, mas, literalmente, não temos vento, então os sedimentos ficam lá" explicou à BBC Frederieke Kroon, do Instituto Australiano de Ciências Marinhas. Explicou também que a água rica em nutrientes estimulou o crescimento de algas em algumas áreas, tornando as águas "uma grossa camada de verde".
Os efeitos não poderão ser totalmente analisados até que os estudos sejam concluídos, um processo que ainda pode demorar alguns meses.
A Grande Barreira de Coral é Património Mundial da UNESCO desde 1981 e estende-se ao longo de cerca de 2400 quilómetros, na costa Leste da Austrália.
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