A 22ª edição do FIMFA aposta na projecção do futuro. As inquietações do presente que ganham transversalidade no universo das artes através de uma forma de expressão com origem tradicional.

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“É uma arte sem fronteiras onde se encontram artistas oriundos do cinema, pintura, mecânica, construção ou robótica.” Acrescenta Luis Vieira que “a robótica, que é um corpo artificial, como o corpo de uma marioneta, está cada vez mais presente no espetáculo e este ano temos muito espetáculos que têm robots em cena.”

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Luis Vieira e Rita Ribeiro créditos: andarilho.pt

Luis Vieira, com Rute Ribeiro, pertencem à companhia Tarumba e são os directores do FIMFA que este ano tem o lema Pensar o Futuro. “Nós gostamos de pensar esta arte milenar, que está com o homem desde os tempos mais remotos, mas também pensar o futuro. Como se tem desenvolvido, por onde tem ido. Não é uma arte ultrapassada. Continua muito activa”.

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Luis Vieira junta às palavras de Rute Ribeiro que “o futuro desta arte é intrínseco à própria natureza da marioneta porque cada vez é mais difícil balizar o seu território. É um universo povoado por artistas de diferentes áreas e têm impregnado a marioneta de novidades.” O festival reúne artistas de vários países. Juntam várias formas de expressão, apostam na inovação, no questionar e rompem preconceitos. Habitualmente o público é receptivo.

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No testemunho de Rita Ribeiro, “reagem muito bem. As pessoas que vêm pela primeira vez depois já não largam o FIMFA.. Primeiro ficam um pouco atónitas porque, infelizmente, estão habituadas a. associar as marionetas só a público infantil. Depois percebem que há um outro mundo, muito maior. Ficam perplexas como às vezes os artistas trabalham certos materiais e lhes dão vida. Por outro lado, há espetáculos que abordam temas que as pessoas não estão habituadas a ver em marionetas. Por exemplo questões ligadas ao ambiente, guerra, o futuro que podemos esperar.

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Fora dos palcos há ainda oficinas de marionetas, para quem queira aprender. Decorrem a 28 e 29 de maio, no Teatro Luis de Camões. Sandra Neves e Catarina Falcão, da Trupe Fandanga, vão ajudar-nos a criar personagens, a fazer coisas nunca vistas e com alma. Há ainda uma conversa, a que podemos assistir pela internet, por dois mestres de marionetas populares e que dão continuidade a uma tradição familiar. Vitor Costa, com os Dom Roberto e o Mestre Bel, do Brasil com os tradicionais Mamulengo.

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