Em declarações aos jornalistas, à margem da reunião privada do executivo, o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, adiantou que, até ao final do primeiro semestre deste ano, a autarquia vai lançar o concurso público para a empreitada e, "correndo tudo como se espera", a obra deverá arrancar no final do ano.

"A obra durará quatro meses. Estamos a contar que, em abril de 2024, tenhamos o equipamento municipal", afirmou.

O Feiródromo do Porto, cujo anteprojeto foi hoje apresentado à vereação, será construído num terreno em frente à estação de metro Nasoni, na freguesia de Campanhã, e permitirá albergar 152 comerciantes, 35 dos quais da extinta feira do Cerco.

Além da utilização para as feiras, o equipamento municipal "pode ser usado pela cidade todos os dias do ano", afirmou Ricardo Valente, acrescentando que o espaço vai estar dotado de café e sanitários.

"Campanhã vai receber o primeiro equipamento municipal deste tipo, e isso mostra que a cidade tem de ir e tem de conhecer Campanhã", observou o vereador, acrescentando que a passagem da feira da Vandoma para Campanhã foi "um sucesso", ao atrair "mais gente" do que atraía nas Fontainhas.

De acordo com o anteprojeto, a que a Lusa teve acesso, as 152 bancas fixas vão estar dotadas de uma "cobertura ligeira", bem como de iluminação pública.

"Vamos permitir que as pessoas não estejam à chuva, tenham pontos de ligação elétrica diretos, vamos ter café, sanitários e casas de banho", referiu, rejeitando que, com a criação daquele espaço, o "espírito" da feira da Vandoma se perca.

"Não perdendo o espírito da Vandoma, vamos transformá-la numa feira do século XXI", disse.

Questionado se os feirantes estavam satisfeitos com o projeto, o vereador afirmou os mesmos não tiveram conhecimento.

"É importante dar nota de que as feiras e mercados municipais não têm lugares perpétuos. Os regulamentos municipais não permitem que um comerciante esteja numa feira e num mercado toda a vida. E bem, porque estamos perante um bem público que não é de ninguém. (...) A questão de falar é falar com quem? Com os atuais ou com os futuros?", questionou.

Ricardo Valente adiantou ainda que o investimento municipal previsto para a criação do Feiródromo aumentou de 300 mil euros - conforme estava inscrito no orçamento municipal - para 551 mil euros, face à mudança "de conceito" do projeto.

"Hoje é um conceito que tem um conjunto de mais-valias, qualificação do espaço público, tem o bar, sanitários e tratamento de resíduos", reforçou o vereador.

Também em declarações aos jornalistas, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, destacou o "atraso" na concretização deste projeto e a espera "de mais de um ano" que se prevê para a sua abertura.

"Não está tanto em causa o local, porque fica na zona de Campanhã que é necessário ajudar a revitalizar e próximo de uma estação de metro. Naturalmente que depois vamos ver como tudo isto vai funcionar na prática", referiu.

À semelhança de Ilda Figueiredo, também o vereador do BE, Sérgio Aires, destacou "o tempo que se demorou a encontrar uma solução" para o Feiródromo.

"Há aqui um problema de tempo", notou, acrescentando que a solução poderá vir a ser "positiva", mas que receia a regulamentação e funcionamento daquela feira.

"Relativamente à feira da Vandoma, estamos a falar de uma feira que tem um grau de informalidade em termos de troca comerciais que não é compatível com regulamentos para um mercado qualquer que funciona de forma 'standardizada'", referiu, dando como exemplo os produtos estarem marcados com o preço.

"Uma coisa é ter ordem e ter regras, outra é de alguma maneira matar aquilo que é o espírito da própria feira", defendeu.

No final de 2021, a Câmara e a Assembleia Municipal do Porto aprovaram o encerramento definitivo da feira do Cerco. A decisão levou um movimento de feirante a entregar um abaixo-assinado, com cerca de 600 assinaturas, na Câmara do Porto.

No inicio de 2022, a Câmara do Porto anunciou que os comerciantes da extinta feira do Cerco iriam poder vender no recinto da feira da Vandoma, sendo esta uma situação provisória até ser encontrado um novo recinto.

Ricardo Valente adiantou, em abril de 2022, que o local para instalar o Feiródromo já tinha sido identificado e que o município estava a avaliar os terrenos para arrancar com a aquisição e obras. Dois meses depois, o vereador dizia esperar que o Feiródromo estivesse construído "até ao final do ano".

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