Na Quinta da Torre, nas imediações de Marco de Canaveses, distrito do Porto, em 25 hectares de terra vedada, há 6,5 hectares destinados à vinha, que consegue dar uma média de 50 mil garrafas de vinho verde, por ano. Mas André Amaral, um dos impulsionadores do espaço, quer duplicar a área até 2017.

Com a marca de vinhos São Caetano, a Quinta da Torre exporta atualmente 40% da produção. Os mercados principais são Alemanha, Bélgica e Suíça, mas a Colômbia está na mira, adianta o produtor, referindo que em 2017/2018 quer estar a lançar um espumante da colheita de 2014.

Para não descurar a sustentabilidade do negócio, a quinta aposta em eventos como os casamentos, dispondo de diversos espaços cobertos, com condições e capacidade para 300 convidados sentados.

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A Casa da Vila Verde, uma das mais antigas da região do Vale do Sousa, classificada como Imóvel de Interesse Público e localizada na zona demarcada dos Vinhos Verdes, tem 42 hectares de vinha, com castas desde alvarinho, loureiro, arinto, avesso ou trajadura.

Produz cerca de 300 litros de vinho por ano, mas o objetivo é igualmente alargar a produção, através da compra ou do arrendamento de terrenos para produzir mais vinho, confessa Filipe Tomás, encarregado da quinta.

No entanto, o responsável frisa que não é fácil alargar o espaço, porque é “uma zona de minifúndios” e o preço do metro quadrado está “elevado”.

Com as marcas Casa de Vila Verde, Pluma, Tiroliro, Escapada, Amoras e Azulejo, os produtores da Vila Verde exportam 80% da produção para os Estados Unidos da América, que lidera isolado, com vendas de 13 milhões de euros em 2016, mas também para Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Noruega, Japão, Colômbia e Brasil.

“Estamos a exportar para todo o mundo e em 2017/2018 queremos estar a exportar 90% da produção”, prevê Filipe Tomás.

Os enoturistas da Casa da Vila Verde podem acompanhar os ranchos (grupo de pessoas que vindimam) na altura das vindimas e observar todo o processo de colheita das uvas até à feitura do vinho na adega, ao engarrafamento e à rotulagem.

No concelho de Amarante, na Quinta da Lixa, com 105 hectares de vinha com castas de alvarinho, avesso, loureiro, arinto ou touriga nacional, os proprietários também querem alargar a produção, “porque continua a haver procura”, relata Diogo Vieira, responsável pelo marketing e vendas.

A Quinta da Lixa exporta para 44 países 52% da produção, vendendo “quatro milhões de garrafas por ano”. Em 2015 faturou cerca de 5,5 milhões de euros.

O espaço tem um ‘Wine Experience Hotel’, o primeiro hotel de enoturismo da zona, onde o turista pode experimentar jantares vínicos, ser “enólogo por um dia” ou optar pelo programa "Um dia entre viticultores”, com direito a podar videiras no inverno, conta Bebiana Monteiro, daquela sociedade agrícola.

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A crescente procura de vinhos verdes e os aumentos anuais nas exportações também impulsionam quintas históricas como a da Calçada, em Amarante, ou da Aveleda, em Penafiel.

“Queremos aumentar de viticultura”, assumiu André Pinto, diretor geral da Agrimota, empresa responsável pela gestão das propriedades da família Mota e que produziu este ano na Quinta da Calçada 450 mil garrafas de vinho verde, faturando cerca de um milhão de euros.

A Quinta da Calçada reconverteu entre 2012 e este ano 20 hectares de vinha e construiu uma adega, um investimento na ordem dos três milhões de euros.

Entre o jardim romântico da Quinta da Aveleda, distinguida com o prémio internacional ‘Best of Wine Tourism Award’, Martim e António Guedes contam que produziram este ano 17 milhões de garrafas de vinho verde e que plantaram nos últimos dois anos mais 40 hectares de vinha. “Queremos aumentar, para 2017, mais 50 hectares”, assumem.

A Aveleda vive em comunhão com o enoturismo, através de provas de vinho, piqueniques nas vinhas ou atividades corporativas anti-stress, como contou à Lusa Chantal Guilhonato, da comunicação e marketing.

As exportações de vinho verde aumentaram 8% entre janeiro e setembro, face a igual período de 2015, com vendas de mais de 20 milhões de litros e uma faturação recorde de 48 milhões de euros.