Agora é a vez da minha viagem à Polónia: acima das expectativas, defino assim. Não sei se foi pelo facto de eu ter ficado alojada na linha costeira do país – em Gdànsk- ou por outro motivo, mas impactou. Olhe o que pode encontrar na chamada Riviera da Polónia:

- Uma cidade com edifícios às cores que lembra Aveiro e um mix de Amesterdão;

- Pessoas de livros na mão, seja na rua, seja nos cafés de excelente chocolate quente e waffles (eu tive de me refugiar num café porque estava um frio terrível, pior que na Islândia);

- Uma praia calma que não esperava;

- Música em todo o lado, o que me fez lembrar Praga, mas além da expectativa checa: em vários sítios (normalmente, lojas) da cidade pode escolher uma música, dando à corda, numa caixa tradicional. E aquilo fica a tocar. Os locais fazem isso como uma rotina, dedilham aquilo, seguem o seu caminho e a música fica a tocar. Não se paga nada por tocar nas caixas, embora possa comprar estas caixas maravilhosas como recordação. Como eu já tenho uma, então foi muito bonito ver que a Polónia também tem, mas milhares. É tão aprazível observar isto e ficar assim mesmo: a contemplar. E é música de todo o tipo, desde Mozart a bandas sonoras como o exemplo do Game of Thrones. E um parabéns cantado soube bem, pois o meu noivo fazia anos num dos dias e assentou a música que nem uma luva fresca (literalmente);

- Cada rua é instagramável, pois há decorações e todas as casas coloridas ajudam ao cenário;

- Uma limpeza de louvar, uma cidade muito sustentável também de notar;

Polónia: viagem de chocolate, cores e música
Polónia: viagem de chocolate, cores e música créditos: DR

- As pessoas são lindas nos gestos e na discrição: quero destacar uma pessoa. O senhor que geria o hotel (eram dois irmãos) fazia-nos o pequeno-almoço a horas precoces, com muito jeitinho. Numa mesa e sala só para nós;

- A Universidade de Gdànsk, aliás o campus, está em lugar privilegiado no ranking de universidades do mundo. E comprovei porque fui à Polónia para dar algumas aulas de Psicologia a alunos de Doutoramento.

Esta Universidade vale a visita e mesmo uma experiência Erasmus. É muito organizada e sustentável. É internacional e prima pela qualidade a todos os níveis. Vim cheia de prendas da reitoria e fiquei ‘sem jeito’, pois nem um galo de Barcelos levei. Mas eu não sabia que havia ali esta tradição antiga de se levar algo para 'quem nos hospeda'. Ainda tentei alegar a crise (estou a brincar, agora), mas a verdade é que, em conversa com os colegas académicos, a crise económica europeia está a atingi-los bastante. Mesmo assim, deixo outra dica: a Polónia tem comida boa e muito económica, assim como alojamento e transportes. Aliás usei sempre uber e não o tram.

Polónia é um must-go now! E, ao contrário da Islândia, a viagem é económica em todos os sentidos e breve até Lisboa ou Porto. Só não aprendi “Polska”, nesta viagem preferi aprender mais com os olhos do que com os ouvidos.

E como sou uma pessoa de histórias dentro da História, acreditem que me aconteceu outra aventura, logo depois do susto na ice cave da Islândia. Mas a aventura aqui foi de natureza grave: ameaça terrorista no aeroporto, no regresso. Tiveram de evacuar o aeroporto às 7h e demorámos cerca de uma hora ao frio para entender o que se passava. Este plural aplico só a nós dois, porque pareciam todos viajantes polacos que estavam serenos e gelados enquanto o aeroporto era vistoriado cheio de policiamento. Tudo por causa de uma mala deixada no chão sem identificação. Ou seja, conte com segurança máxima. Gostei dessa parte, exceto do frio que apanhei e sentir-me um ET porque as outras pessoas estavam calmas como se aquilo fosse diário. Esperemos que não e saúdo a Polónia pois tem sido muito amiga dos refugiados da Ucrânia.

Não deixem malas à solta, por favor.