Bilhete-postal enviado por Olga Baltazar
Na paragem de autocarro mais próxima do hotel, enquanto esperávamos o autocarro, parou uma pequena carrinha com um marroquino a oferecer-nos boleia. O meu marido aceitou e sentou-se à frente junto do homem. Atrás, na velha carrinha tipo Renault Express, sentei-me eu com o meu menino com 9 anos. Fazia muito calor e a carrinha lá seguia com os vidros abertos. O homem falava francês connosco e passados poucos minutos tratava-nos por “mes amis”. Disse-nos que tinha sido emigrante em França e conheceu lá muitos portugueses, falou-nos de bacalhau, que gostava de conhecer Portugal, …
Nessa altura comecei a pensar que ele nos poderia fazer mal pois passamos pela cidade que pretendíamos visitar e ele não parou, seguiu em frente a mostrar-nos zonas da cidade, uma casa que disse ser dele.
Lá fomos nós em direção à fronteira com a Argélia (sempre sem parar)... os nervos estavam à flor da pele. Apertava a mão ao meu filho com todas as forças, batia no ombro do meu marido que estava à minha frente e sentia uma revolução na minha barriga que já só queria ir à casa de banho!
Fizemos cerca de 30 km e o calor cada vez mais difícil até que fomos ter a uma aldeia onde o nosso amigo Marroquino vivia numa bela casa típica marroquina.
Quando chegamos, mandou-nos entrar, apresentou-nos a empregada e ficamos na sala dele enquanto nos preparou um lanche: o melhor chá de menta que bebi até hoje, frutos secos, sumos, bolos, e até à loja foi comprar coca-cola para o menino.
Assim passamos a tarde e após o lanche ele levou-nos de regresso ao hotel onde ficamos com uma bela história para contar.
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