De acordo com o jornal, o ataque terá tido como responsáveis ativistas do movimento global BDS (Boicote-Desinvestimento-Sanções) contra Israel. A fachada do restaurante foi pintada com tinta vermelha e nela foram colados papéis nos quais podem ler-se frases como “Liberdade para a Palestina”, “Avillez colabora com a ocupação sionista” e “Entrada: uma dose de fósforo branco”.
A Lusa tentou contactar o ‘chef’ José Avillez, mas até ao momento não foi possível.
O blogue português de solidariedade com a Palestina “Palestina Vence” refere, numa publicação datada de 10 de novembro, que “ativistas contra o regime israelita de ocupação e apartheid lançaram um apelo [por carta] ao ‘chef’ de cozinha português José Avillez, dono do restaurante Belcanto em Lisboa, para que este cancelasse a sua participação no evento de culinária em Telavive intitulado Round Tables”.
De acordo com aquele blogue, este apelo faz parte de um protesto internacional “que juntou mais de 140 organizações de direitos humanos contra a participação no evento de restaurantes ‘gourmet’, entre os quais L'Ami Jean em Paris e o Musket Room em Nova Iorque”.
O Round Tables, que decorre desde seis de novembro e termina no dia 26, refere o blogue, faz parte da campanha israelita “Brand Israel”, “que tem por objetivo branquear a violenta opressão do povo palestiniano”.
O apelo ao chef José Avillez foi subscrito pela Associação Abril, o Colectivo Mumia Abu Jamal, o Comité de Solidariedade com a Palestina, o Conselho Português para a Paz e Cooperação, o Grupo Acção Palestina, o MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, o Panteras Rosa - Frente de Combate à Lesbigaytransfobia e o SOS Racismo.
O vice-presidente do Congresso Judaico Mundial, citado pelo The Times of Israel, condenou o ataque do movimento BDS, que disse ser anti-semita.
“O movimento BDS mostrou a sua cara. Provaram não serem mais do que um grupo de vândalos. Isto foi um ato de antissemitismo. Atacar um ‘chef’ em Portugal apenas porque participou num festival em Telavive é desprezível. Estes autodeclarados ativistas dos Direitos Humanos são exatamente o oposto: espalham ódio, não direitos humanos”, defendeu Robert Singer, num comunicado divulgado no sábado.
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