Este é terceiro restaurante do grupo Coma e, como nos explicou Lourenço Pestana, um dos sócios, “nasce do crescimento orgânico da marca. Juntámos num espaço só, tudo o que aprendemos e testámos como positivo”. Contou-nos como abriram um primeiro, num food court de um centro comercial, como progrediram para novas tendências dentro do turismo e dos dois restaurantes que se seguiram: Ordinário e Cotidiano.
“O Slang passa por um conceito real de partilha, onde não temos um tema específico de comida, aproveitamos muito a sazonalidade e o apoio dos nossos chefes para estar em constante alteração do menu”, explicou-nos Lourenço Pestana. Descreve-o como aquilo em que todos os sócios acreditam. “É um sítio onde posso ir jantar ou beber um copo e me sinto confortável!”. Na verdade é muito mais do que isso, pois pelo facto de se encontrar integrado num hotel, abre às 6h30 da manhã, serve pequenos-almoços, almoços, jantares e encerra à meia-noite. Estão a considerar ter música ao vivo às sextas-feiras e sábados e, eventualmente, mediante a aceitação do público, em algum outro momento da semana.
Abriram no final de janeiro, quase dois anos depois do previsto. “O espaço está pronto desde março de 2020, íamos abrir a 1 e a 15 fechou tudo com a pandemia”, admite o sócio.
O menu inicial foi pensado no final de 2019, mas entretanto a chefe executiva saiu do grupo. Em dezembro de 2021 entra Juan Meireles e deu a sua visão ao que é agora a carta do Slang. O chefe refere que tiveram de criar uma linguagem própria, que desse resposta às necessidades dos clientes. “Podem vir para fazer uma refeição ao almoço ou mais de happy hour, de partilha pratos, ao final do dia. Também servimos uma comida mais contemporânea, mais sofisticada, por isso é uma carta muito diversificada. Temos por exemplo o risotto, que é mediterrâneo, o taco mexicano feito com tártaro de salmão, ou o katso sando que é uma sandes de bacalhau. Esta é uma inspiração da minha terra, que sou do Espírito Santo, no Brasil”.
A carta, informal, e com humor, abre com um “Sumin’, Sumin’” que podem ser entradas ou pratos para partilhar. Tivemos oportunidade de saborear (e recomendamos) os “dadinhos de tapioca” acompanhados de molho de goiabada picante (5 Euros), a “bruchetta de tomate assado” (4 Euros), a “couve flor panada” (4,50 Euros), o “queijo chévre panado” (6 Euros) servido com mel e rúcula, redução de balsâmico e miolo de nozes, “tártaro slang” (10 Euros) de novilho servido com gema crua, “almondegas no forno com queijo ricota” (7 Euros) ou o “katso sando à capixaba” (8 Euros) que o chefe Juan Meireles destacou.
Nos pratos, há diferentes propostas, capazes de agradar a variados palatos como “Ossobuco” (18,50 Euros), “ordinário burguer”(11 Euros), “polvo com puré negro e alecrim” (14 Euros), bowl de halloumi ou tofu fumado” (11 Euros) ou “fresh & fry poke bowl” (12 Euros), entre outros.
Para rematar a refeição, há três propostas de “Felicidade”: “Mousse de chocolate com CBD e amêndoas laminadas e tostadas” (6 Euros), “petit gateaux de doce de leite com banana caramelizada” (5 Euros), “tarte de lima merengada com lascas de coco tostadas” (5,50 Euros).
Os sócios querem ainda fazer do Slang um ponto de arte. “Não é uma galeria, não é para vir cá ver artistas novos com grande regularidade, não queremos estar sempre a mudar, mas queremos que o sítio respire e aceite novos artistas e novas ideias. Temos muitas paredes em branco que estamos dispostos a preencher, se fizer sentido”, explica Lourenço Pestana.
Neste momento, vai encontrar duas peças d’ Os Gémeos, uma dupla de artistas de graffiti brasileiros, de São Paulo. “Isto era uma carrinha de distribuição de carne, que ficou parada, em Nova Iorque e eles graffitaram. A carrinha foi vendida em leilão e comprámos as duas partes, que trouxemos para cá”, conta-nos. As peças estão à venda por 150 mil euros (conjunto) e o potencial interessado terá de adquirir as duas.
Reportagem de Tânia Fernandes
Artigo originalmente publicado no site Canela & Hortelã
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