Reportagem de Tânia Fernandes (Texto e Fotos)

Na carta vai encontrar os clássicos Soufflés (peixe e camarão ou a opção vegetariana de queijo e espinafres) ou as Gambas Despenteadas, mas também sugestões irresistíveis como o Bitoque de Lagosta ou a Picanha de Tamboril. “Para mim, este é aquele restaurante para os amantes de comida. Para pessoas que querem comer e bem. Não querem aqui estar a comer um pratinho ou virem para ver e ser vistos” explica-nos Olivier, durante a apresentação à imprensa.

Partilha também a forma como se deu esta passagem de negócio “Sonhei que tinha ficado com este restaurante ao Vasco (Gallego). Liguei-lhe as 7 e 44 da manhã, em pleno confinamento, e disse-lhe assim: sonhei que tinha ficado com o teu restaurante”. Da vontade de um se dedicar a outras iniciativas e do interesse do outro em torna-se vizinho da Assembleia da República, nasceu este projeto. Pela primeira vez, o chefe Olivier pega num conceito que já existe, para o desenvolver. E como que assume uma conquista admite “se calhar este foi um dos restaurantes mais emblemáticos da minha infância”.

Um dos pontos do acordo foi manter muito do que era o XL. Com um twist do Olivier, mas sem desvirtuar. “Este é o restaurante em que as pessoas sabem que vão comer bem, o produto é de excelência, há uma enorme qualidade e amor pelo que estamos a fazer” refere Olivier.

Iniciámos a refeição com uns Saucisson franceses “que me faz lembrar a minha infância. Era uma coisa que nunca faltava na mesa do meu avô. Um de avelã, um com trufa, outro com pimenta” vinham com cebola confitada, cornichons e paté.

Depois, há uma grande variedade de saladas à disposição: Ratatouille (pimentos, beringela, courgette) com queijo feta; salada de beterraba (com nozes caramelizadas); salada de grão (com vinagrete de mel e cominhos), baba ganoush (beringela assada, thaine e romã).

Dos fritos, o croquete de rabo de boi com foi gras é perfeito no sabor.

Para aconchegar, o pão quente, francês (da Eric Kayser). “Sou cem por cento português mas tenho cultura gastronómica francesa dentro de mim. Isto não é de todo um restaurante francês, mas fui buscar estas coisinhas porque é o que eu gosto de comer”.

E por falar em gostar, anuncia que logo desde a semana de abertura vão ter pratos fora da carta. “Não é o prato do dia ou o prato do chefe, é o que o Olivier vai comer”. E será sempre algo inédito a ter em conta!

Os pratos são generosos, portanto é perfeitamente plausível pedir um para partilhar. Tivemos a oportunidade de provar três dos mais especiais da carta.

Vêm servidos em loiça simples, muita adquirida em antiquários. Olivier dispensa empratamentos muito elaborados e ao chegar o Bitoque de Lavagante à mesa, explica-nos como devemos fazer. Pega nos talheres e diz, “é para misturar o lavagante com o ovo, o molho e o arroz e fazer uma papinha”. É seguir as indicações do chefe, que ele sabe!
Recomendamos especialmente a Picanha de Tamboril, pela sua originalidade. A textura do peixe com o molho e o magnífico arroz árabe, merecem acompanhar assuntos de Estado.
O Bife Café Paris é um bife do lombo de 250 grs, com manteiga café paris, que praticamente dispensa faca.

O XXL abre apenas para jantares, mas assume um horário tardio, com a cozinha a fechar à uma da manhã.

“Na minha mesa não há pobreza” repete o chefe, ao longo da apresentação “na minha mesa há diversão, amor, carinho e sorrisos”, o espirito que Olivier quer trazer para as mesas do XXL.

Artigo originalmente publicado no site Canela & Hortelã