Salzburgo é a cidade natal de Mozart e Património Mundial da UNESCO, afamada por ser a terra de Mozart e por servir de cenário do filme “Música no Coração”. No entanto, a cidade vai muito além desses clichés. Salzburgo não era para nós uma prioridade de locais a visitar, serviu-nos como ponto estratégico para visitar Hallstatt. Ainda assim, podemos afirmar que ficámos verdadeiramente surpreendidos, pela positiva, com esta cidade austríaca. O seu bonito centro histórico, os museus e o castelo enorme conquistaram-nos!

O que visitar em Salzburgo

Salzburgo é uma cidade que respira arte, música e beleza. A cidade é considerada o berço da música clássica, pois foi aqui que Mozart nasceu e passou alguns anos da sua infância. E a verdade é que encontrará vestígios do compositor por toda a parte.

Antes de tudo, saiba que a cidade encontra-se dividida pelo rio Salzach. A margem esquerda é pedestre, sendo proibida ao trânsito, conhecida como a “Cidade Antiga”. A margem direita é mais recente, sendo que é a “Cidade Nova”. Mas então, por onde começar e o que visitar em Salzburgo?

A primeira paragem foi no Palácio Mirabell. O Palácio Mirabell foi construído em 1606 pelo príncipe-arcebispo Wolf Dietrich para a sua amada Salome Alt. Hoje em dia, serve de sede para vários eventos, incluindo casamentos. O Salão de Mármore e a Escadaria do Anjo são imperdíveis, mas o que nos fez gostar mais deste local foram os seus jardins tão bem cuidados.

O que visitar em Salzburgo
créditos: Viver o Mundo

Os Jardins Mirabell foram completamente redesenhados pelo arcebispo Johann Ernst von Thun, em 1690, e simbolizam os quatro elementos (água, fogo, terra e ar), por esculturas que ornamentam a fonte central. Se viram o filme “Música no Coração”, irão lembrar-se da cena em que a Maria e as crianças dançam ao redor da Fonte de Pégaso em frente ao palácio, cantando a música “Do Re Mi”.

A paragem seguinte foi à Mozart Residence (Mozart-Wohnhaus). Foi nesta casa que Mozart viveu de 1773 até 1781.

O espaçoso apartamento de oito quartos, no primeiro andar, abriga agora um museu. Aqui vai encontrar documentos originais e retratos da época. A exposição fornece ainda muitos factos interessantes sobre a história da casa e da vida de Mozart e da sua família em Salzburgo. Na entrada fornecem um áudio-guia (existe em português) para compreender melhor a vida de Mozart e da sua família. É uma visita inesquecível. Aconselhamos mesmo!

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créditos: Viver o Mundo

Saindo da Residência de Mozart, despedimo-nos da “Cidade Nova” e seguimos para a parte mais antiga de Salzburgo. Para chegar lá, recomendamos que atravesse a Ponte Marko-Feingold-Steg. Esta ponte também é chamada de Ponte dos Cadeados, uma vez que os casais apaixonados colocam ali um cadeado e fazem juras de amor. Tanto a ponte como as margens do rio Salzach são lugares super fotogénicos da cidade.

Já do outro lado da ponte, o primeiro local que visitámos foi o Mozart’s Birthplace (Mozarts Geburtshaus). Esta é a casa onde Mozart nasceu, a 27 de janeiro de 1756, e atualmente é um dos museus mais visitados do mundo. Ali vai ter a oportunidade de conhecer a história do compositor, assim como ter contacto com a obra e vários objetos pessoais dele e da família.

Pensámos que ao visitar ambas as casas se tornaria repetitivo. Na verdade, até gostámos mais da visita à residência do que à casa onde Mozart nasceu. No entanto, uma visita completa a outra e a música é sentida de forma diferente na casa onde o compositor nasceu.

Após a visita à casa onde Mozart nasceu, não deixe de passear na mesma rua – a Rua Getreidegasse. Esta é a rua principal do comércio de Salzburgo. A rua tem dezenas de lojas, casas antigas tradicionais, cafés e restaurantes, mas há um detalhe que nos chama a atenção. Trata-se das plaquinhas de ferro com ilustrações, que descrevem o ramo de negócio da loja em questão. É um costume da era medieval, que facilitava a vida das pessoas que não sabiam ler.

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Entre nas lojinhas tradicionais e não se esqueça de comer os famosos chocolates, Mozart Balls.

Dali, demos um pulinho até à Kollegienkirche, a Igreja Universitária de Salzburgo. É impressionante por dentro e merece uma visita. A pracinha ali à volta tem várias barraquinhas de comida e foi por ali que almoçámos.

Deambulando pelas ruelas bonitas de Salzburgo passámos pelo Great Festival House, pela Rua Toscaninihof e entrámos na Franziskanerkloster (Igreja dos Franciscanos).

Não se sabe ao certo quando foi construída, mas pensa-se que é a igreja mais antiga de Salzburgo. Enquanto a Catedral de Salzburgo era a igreja da nobreza, a Igreja dos Franciscanos era frequentada pela classe média. Essa distinção é bem evidente na arquitetura e ornamentação interna de ambas.

Ali perto encontramos a maravilhosa Catedral de Salzburgo (St. Rupert). Este é o edifício religioso mais importante da cidade. E se por fora é bonita, nem sabem o que vos espera por dentro!

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A história da Catedral de Salzburgo é sinónimo de força e muito trabalho, já que a igreja teve de ser reconstruída três vezes à custa de dois incêndios, o primeiro foi em 1167, o segundo em 1598. Não deixem de reparar no teto da Catedral. Que bonito que é! Ah, e a entrada é gratuita, por isso não hesitem.

Ali pertinho encontramos outro marco importante da cidade, o conjunto arquitetónico que conhecemos hoje como DomQuartier. O DomQuartier trata-se da residência dos arcebispos e conta com mais de 180 salas (museus e salas ornamentadas) onde os arcebispos recebiam os seus convidados. Inclusive, Mozart tocou ali muitas das suas obras. Nós ficámo-nos apenas pela praça, mas se quiser pode visitar o seu interior.

Ainda na praça, é difícil não reparar na bonita (e enorme) fonte central. É considerada um dos monumentos mais bonitos da cidade.

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créditos: Viver o Mundo

Não deixe de visitar ainda a Mozartplatz. Esta praça é uma homenagem ao residente mais famoso de Salzburgo – Mozart, claro.

Seguidamente, dirija-se à Kapitelplatz (é tudo muito pertinho). Esta é talvez a praça mais movimentada da cidade. Além da maravilhosa vista para o castelo, encontramos ali um tabuleiro gigante de xadrez que fazem as delícias dos moradores (e turistas).

No entanto, o que mais se destaca na praça é a escultura de uma bola gigante dourada (A Esfera) com um homem sobre ela.

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Dali seguimos para o Mosteiro de S. Pedro e o Cemitério Petersfriedhof. Este mosteiro, um dos mais antigos do país, foi vítima de incêndios tendo sido reconstruído várias vezes, adotando assim vários estilos.

O complexo do mosteiro tem uma igreja lindíssima. Além disso, um destaque do complexo são as catacumbas, escavadas na própria rocha. À entrada encontramos os túmulos da irmã de Mozart, Nannerl, e Michael Haydn. Suba os quase 50 degraus para ver as vistas! Pode visitar as catacumbas por 2€/pessoa, no entanto a entrada é gratuita com o Salzburg Card.

Já o Cemitério de São Pedro é um dos cemitérios mais bonitos e antigos do mundo.
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O último local que visitámos neste dia foi a Fortaleza de Hohensalzburg, o cartão-postal da cidade. Existem duas formas de chegar lá: a pé ou de funicular. Adquirindo o Salzburg Card, a viagem de funicular está incluída.

O objetivo original da fortaleza era proteger a cidade, e a verdade é que resistiu aos ataques, fazendo dele um dos castelos mais bem preservado da Europa.

Chegando lá em cima vai ser recompensado com uma das mais bonitas vistas sobre a cidade e ainda do rio Salzach e das montanhas que cercam a cidade. Só pela vista já merece uma visita. No entanto, o interior do castelo também vale muito a pena.

O que visitar em Salzburgo
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Dentro da fortaleza pode visitar vários museus que contam um pouco da história da cidade, expõem os bonitos aposentos dos arcebispos, e ainda uma colecção de armas e de instrumentos de tortura. Para os miúdos aconselhamos também a visita ao Museu de Marionetas.

Para o final do dia, tínhamos pensado fazer um passeio de barco, que seria a cereja no topo do bolo neste roteiro por Salzburgo. No entanto, esquecemo-nos de reservar (também está incluído no Salzburg Card) e já não haviam bilhetes disponíveis. Ficámos mesmo muito tristes, pelo que recomendamos fazerem a reserva aqui e conhecerem Salzburgo de outra perspetiva.

Roteiro de um dia em Salzburgo:

  • Palácio Mirabell
  • Mozart Residence
  • Ponte Marko-Feingold-Steg
  • Mozart’s Birthplace
  • Rua Getreidegasse
  • Kollegienkirche
  • Franziskanerkloster
  • Catedral de Salzburgo
  • DomQuartier
  • Mozartplatz
  • Kapitelplatz
  • Mosteiro de S. Pedro e Cemitério Petersfriedhof
  • Fortaleza de Hohensalzburg
  • Passeio de barco no rio Salzach

Salzburg Card: vale a pena?

Se leu o artigo até ao final, deve ter percebido que adquirimos o Salzburg Card e claro, recomendamos também que o faça. Obviamente que vai depender dos locais que pretende visitar, mas fazendo o roteiro de cima, adiantamos já que vai poupar dinheiro. Além disso, os transportes públicos também estão incluídos no Salzburg Card, o que é perfeito para visitar o centro. Para um dia, custa 28 euros para adultos e 14 euros para crianças dos 6 aos 15 anos.

Como chegar a Salzburgo

  • Salzburgo dispõe de aeroporto. No entanto, como não tem muitos voos disponíveis, os preços são mais altos. A forma mais cómoda e barata para ir do aeroporto de Salzburgo ao centro é de autocarro. Veja aqui todas as informações.
  • De Viena: pode chegar de autocarro ou comboio. A viagem demora cerca de três horas e os preços variam muito, dependendo da época do ano e da antecedência da compra.
  • De Munique: esta é talvez a maneira mais fácil de chegar a Salzburgo. Uma vez que se localiza na fronteira com a Alemanha, em pouco tempo (1h30) chega ao destino. Nós fizemos precisamente esta rota. Voámos do Porto para Munique, e depois apanhámos o autocarro da Flixbus que nos deixou em Salzburgo. Quem preferir a opção mais cómoda, pode sempre alugar um carro.

Onde ficar em Salzburgo

Salzburgo, a par de todo o país, não é uma cidade barata. Ainda assim, é possível encontrar alojamento para todo o tipo de gostos e carteiras. Ficámos alojados na cidade três noites, no Cocoon Salzburg. Este é um daqueles locais que vamos guardar no coração, sem dúvida. O hotel é novo (abriu em junho de 2022) e está tão bonito que vivíamos lá, facilmente!

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Artigo originalmente publicado no blogue Viver o Mundo