E se juntarmos a isso uma visita ao património arqueológico e ao maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre que existe em Foz Côa? Temos a certeza que não ficará indiferente, como nós não ficamos.

Estação Arqueológica do Prazo ou Ruínas do Prazo
Estação Arqueológica do Prazo ou Ruínas do Prazo créditos: Ir em Viagem

Por isso, partilhamos o nosso roteiro, de um fim de semana, para quem quiser visitar, nos próximos dias, as amendoeiras em flor e o património arqueológico que são, respetivamente, as rainhas e o rei do Côa. Pelo meio, um Turismo de Aldeia que marca pela diferença e um restaurante que nos leva a viajar pelos sabores do rio.

Dia 1

Comece a sua visita pelo Museu da Casa Grande em Freixo de Numão. Instalado num solar barroco, aqui irá descobrir várias coleções de arqueologia, de etnografia regional e de história local. Daqui siga para o centro histórico de Freixo de Numão que nos reserva um património muito rico. Aqui encontrará uma igreja datada do século XVIII e um pelourinho com estrutura em cantaria de granito. Neste mesmo largo podemos encontrar também, algumas casas brasonadas, bem como casas com marcas judaicas.

Centro histórico de Freixo de Numão
Centro histórico de Freixo de Numão créditos: Ir em Viagem

A 3 km de Freixo de Numão, podemos encontrar a Estação Arqueológica do Prazo. Estas ruínas levam-nos a viajar por vários períodos e civilizações que por aqui passaram. Chamam-lhe o “Machu Picchu” português, parece-nos um exagero, mas ninguém lhe retira a importância que têm. E ao ser um dos vestígios arqueológicos mais interessantes e bem preservados de Portugal deveria ser mais acarinhado.

Com as amendoeiras em flor como companhia, a viagem segue para outra das referências arqueológicas da região, Rumansil. Esta vila rústica romana do séc. III d.C. tem uma vista dominante sobre todo o vale dos Escorna Bois e Ribeira de Murça e prende-nos a respiração.

Rumansil
Rumansil créditos: Ir em Viagem

A caminho de Seixas do Douro fomos brindados com uma das paisagens mais bonitas da região. As amendoeiras em flor sorriram para nós e levaram-nos até ao Miradouro de São Martinho. Daqui podemos contemplar o Douro serpenteando entre os montes.

A caminho de Seixas do Douro
A caminho de Seixas do Douro créditos: Ir em Viagem
Miradouro São Martinho, Seixas do Douro
Miradouro São Martinho, Seixas do Douro créditos: Ir em Viagem

Demoramo-nos um pouco por aqui, antes de nos pormos a caminho em direção ao Castelo de Numão. Este castelo, de muralhas ondulantes sobre escarpados rochedos, está classificado como Monumento Nacional. Foram feitos alguns trabalhos de recuperação e consolidação, mas ainda apresenta um grande rasto de destruição.

Não vos parece um dragão? Para nós ficou o castelo do dragão.

Castelo de Numão
Castelo de Numão créditos: Ir em Viagem

Depois deste primeiro dia tão intenso e emotivo, não podíamos escolher melhor local para descansar. Ficamos alojados no Bairro do Casal, em Murça do Douro. À noite fomos jantar à Petiscaria Preguiça.

Tudo é bom, mas não percam o peixe do rio frito, que é uma das suas especialidades. Se puderem, vão à hora de almoço e deslumbrem-se com as vistas que oferece sobre o rio Douro e a ponte de Murça, em Mós do Douro.

Dia 2

No segundo dia, continuamos à descoberta do legado arqueológico com uma ida a Castelo Velho de Freixo de Numão. Monumento do Calcolítico que foi um dos povoados mais importantes da Península Ibérica. Daqui temos uma vista privilegiada sobre os vales secundários dos Rio Côa e Rio Douro.

O relógio chamava por nós porque tínhamos o imponente Museu do Côa como próximo destino e, para aproveitar a visita gratuita, tínhamos que chegar antes das 13h. Não falhamos, e o destino também não.

O Museu do Côa repousa graciosamente no topo de uma colina e saúda dois dos patrimónios mundiais da região: a Arte Pré-histórica do Vale do Côa e a Paisagem Vinhateira do Douro.

Vista do Museu do Côa
Vista do Museu do Côa créditos: Ir em Viagem

Consideramos que a visita a este museu é obrigatória uma vez que as suas paredes nos contam a história do maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre. Informações sobre as gravuras e as manifestações rupestres, identificadas em mais de oitenta sítios distintos, predominantemente as gravuras paleolíticas. Mas também a história recente de luta e resiliência que fez com que, em 1996, o governo português tivesse decidido abandonar a construção da barragem. Foi, nesse momento, que o Parque Arqueológico do Vale do Côa foi criado para proteger e mostrar ao público o importante complexo de arte rupestre aqui existente.

O Parque Arqueológico fica em Castelo Melhor, por isso, aproveite e visite também esta povoação que tem um dos castelos mais antigos de Portugal, datado do século XII ou XIII. O Castelo coroa o monte e teve um papel fundamental na defesa das terras de Ribacôa. Tem vistas únicas!

Terminamos o nosso dia a passear pela cidade de Foz Côa. Destacamos o Largo do Município onde podemos encontrar a Igreja Matriz de estilo manuelino, monumento nacional desde 1910, o seu bonito pelourinho, também com motivos manuelinos, e a Câmara Municipal. A decoração das ruas já anunciava a Festa das Amendoeiras em Flor, que começa este fim de semana (25 de fevereiro).

Igreja Matriz de Foz Côa
Igreja Matriz de Foz Côa créditos: Ir em Viagem
Centro de Foz Côa
Centro de Foz Côa créditos: Ir em Viagem

Em 2018 fizemos um outro passeio e roteiro de visita às Amendoeiras em Flor. Pode consultar esse roteiro no blogue Ir em Viagem

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